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A ocupação do campus Sul do Instituto Federal do Piauí (IFPI) chegou hoje ao seu quarto dia, e gerou uma bonita história em família. A dona Maria Carmélia, mãe do aluno João Pedro, tem ido até o local para apoiar a causa e abraçar o filho, que faz parte da ocupação. "Ela é uma mãe muito protetora", disse João, entre sorrisos.
Ele conta que a mãe visita a ocupação do IFPI Sul a pedido dele. "Eu disse para ela vir, para que ela ficasse ciente do que ocorre aqui. Para ela ver como são as instalações, nossa alimentação, ver que tem segurança", disse o estudante do curso de saneamento ambiental.
João Pedro e Dona Carmélia: abraço de preocupação de mãe e apoio à causa (Foto: Reprodução/ Facebook)
Além disso, João Pedro disse que tem conversado com a mãe sobre os motivos de ocupar o instituto. "Eu falo dos motivos, para que ela entenda. Ela gosta da ideia de eu estar aqui lutando. A preocupação dela é só com a noite", conta. Além de dona Carmélia, outros pais de alunos têm ido visitar a ocupação e dar seu apoio à luta dos filhos. "Terça-feira veio um pai de um colega. Conversou, participou da plenária, deu a posição dele, foi muito bom", elogiou João Pedro.
O aluno André Sousa, do curso de edificações, conta que o movimento iniciou após vários debates internos e uma assembléia geral estudantil, que decidiu pela ocupação com unanimidade. Os ocupantes realizam plenárias e se organizam em comissões para manter o espaço limpo, organizado e funcional. André, por exemplo, é da comissão de comunicação. João Pedro, filho de dona Carmélia, integra a comissão de segurança, e tem a responsabilidade de guardar as chaves da ocupação.
"O IFPI não está parado, está ocupado. Estamos organizando palestras, rodas de discussão, assembleias para discutir nossas pautas locais. Apenas trocamos a programação de aulas normal por uma mais dinâmica", explica André Sousa.
Ocupações
O movimento do IFPI ocorre alinhado às mais de mil ocupações em escolas, institutos federais e universidades por todo o Brasil. As principais reivindicações dos estudantes são contra a PEC 241, que prevê o congelamento dos gastos do Governo Federal pelos próximos 20 anos, e a MP 746, que propõe uma larga reforma no ensino médio, e pode tornar opcionais disciplinas como filosofia, sociologia, artes e educação física.
Por: Andrê Nascimento