Internacionalmente intitulado
Dia Mundial de
Combate à Aids, o dia 1º de
dezembro chama atenção
para a conscientização e
alerta sobre a doença que
tem registrado aumento
de número de casos nos
últimos anos, sobretudo
nas regiões Norte e Nordeste
do Brasil.
As campanhas de conscientização
e prevenção,
apesar de focarem no
público em geral, têm se
voltado, mais recentemente,
para os jovens -
grupo com maior número
de casos. No Piauí, a faixa
etária que mais possui
notificações de casos é
de 20 a 34 anos (1.923),
seguida da faixa de 35 a 49
anos (1.509) e de 50 a 64
anos (478).
Entre os anos de 2007
e 2015, foram registrados
4.082 casos, sendo
2.754 casos em homens e
1.328 casos em mulheres.
Somente em 2015 (de
janeiro a 8 de outubro),
foram registrados 418
casos. Nos anos anteriores
foram notificados: em 2014
(638); 2013 (575); 2012
(484).
Já em Teresina, até o
dia 6 de novembro deste
ano, 3.116 casos foram
notificados, sendo 2.261
em homens e 855 em
mulheres. A faixa etária
que lidera o número de
casos é de 20 a 34 anos,
seguido das pessoas entre
36 a 49 anos. O número
de casos de Aids está se
modificando e concentrase,
principalmente, entre
os jovens heterossexuais,
apesar da população mais
vulnerável ser de prostitutas,
travestis e homens
que tem relação sexual
com outros homens.
A coordenadora de DST/
Aids da Fundação Municipal
de Saúde (FMS),
Andrea Fernandes Lopes,
destaca que as regiões
Norte e Nordeste estão
apresentando um aumento
de casos nos últimos anos,
sobretudo entre os jovens,
e frisa que isso se deve ao
fato da realização do teste
rápido. Com os testes, é
possível saber se a pessoa
está ou não infectada com
o vírus HIV.
Ela ressalta que, apesar
do aumento, a Aids tem se
mantido estável e a expectativa
é de que, até 2020,
a doença deixe de ser considerada
uma epidemia.
“Às vezes, as pessoas têm
o vírus, mas não sabem.
Mesmo assim, o número
de mortalidade tem caído,
isso porque as pessoas
estão buscando o serviço de
saúde e tomando os remédios”,
disse.
O vírus HIV pode ser
transmitido através do
contato de sangue com
sangue; sêmen; secreção
vaginal; e leite materno,
além do sexo sem camisinha
(oral, vaginal ou
anal); e compartilhamento
de agulhas e seringas contaminadas.
Preconceito dificulta busca por cuidados e orientações médicas
O tratamento da Aids é
feito através da administração
de coquetéis, ou seja,
medicamentos antirretrovirais
que, combinados,
controlam a carga viral no
corpo do paciente. A pessoa
que for diagnosticada com a
doença pode procurar o Serviço
de Atenção Especializado
(SAE), onde receberá
orientações de especialistas,
bem como fará o cadastro
para receber a medicação.
Andrea Fernandes Lopes,
coordenadora de DST/Aids
da FMS, destaca que ainda
há muito preconceito e, por
isso, algumas pessoas não
buscam cuidados e orientações
médicas. Ela lembra
que o acompanhamento
é sigiloso e o tratamento
gratuito. Por isso, a importância
de se intensificar as
campanhas.
“Fazemos esse trabalho
todos os dias e contamos
com a ajuda de psicólogos,
assistentes sociais, e
outros profissionais, entregando
panfletos, fazendo
testes rápidos de HIV, preservativos
masculinos e
femininos. Quando esses
testes dão positivos, encaminhamos
a pessoa para
o SAE e lá ele recebe mais
orientações de como iniciar
o tratamento”, explica.
Os cuidados devem ser
iniciados o mais rápido
possível, como orienta a
coordenadora de Doenças
Transmissíveis da Secretaria
Estadual de Saúde
do Piauí (Sesapi), Karinna
Alves Amorim de Sousa. O
teste pode ser feito em qualquer
unidade de saúde, pela
atenção básica ou ainda
pelo Programa Saúde na
Família (PSF).
“Caso o PFS não tenha o
teste rápido, o paciente pode
solicitar o sorológico. Dado
positivo, a pessoa deve procurar
imediatamente o
SAE, pois assim a quantidade
de vírus fica mínima
no organismo, dificultando
a transmissão para outra
pessoa. Por isso, é importante
fazer o diagnóstico
precoce, ele tomando o
antirretroviral tende a não
evoluir para a Aids”, revela
Karinna Amorim.
Os medicamentos são disponibilizados
pelo Ministério
da Saúde. Assim que
o cadastro do paciente é
feito, ele inicia o tratamento
imediatamente.
O paciente é monitorado
para garantir que ele tome
a medicação corretamente,
e é necessário fazer uma
visita a cada três meses
para avaliar seu estado de
saúde. O Grupo Adesão,
formado por pacientes e
profissionais da saúde,
funciona no Hospital
Lineu Araújo e também
orienta os pacientes que
buscam informações sobre
a doença.
Para participar do Serviço
de Atenção Especializado,
o paciente deve levar
o exame de positividade
da doença, se cadastrar e
fazer uma breve avaliação.
Sua segunda consulta já
será agendada e ele será
orientado a buscar o especialista
indicado pela rede.
Endereços
O SAE funciona no Hospital
Lineu Araújo e no
Hospital Natan Portela,
com o telefone para contato:
3221-3756 e 3413. O
teste rápido pode ser feito
no Centro de Testagem e
Aconselhamento, Centro
de Teresina, no 2º andar,
próximo à Farmácia
Popular. Além do teste de
HIV, pode ser feito também
teste para Hepatite (B
e C), e Sífilis. O telefone
para contato é: 3216-2049
ou 3216-2048. Não é necessário
fazer agendamento
nem prescrição médica
e qualquer pessoa pode
fazer o teste. O Serviço
de Atenção Especializado
também está presente nos
municípios de Parnaíba,
Piripiri, Floriano, Picos e,
em breve, será inaugurado
na cidade de Oeiras.