Quem reside na zona Sul de
Teresina tem reclamado dos constantes
assaltos que estão ocorrendo
na região. A insegurança tem
mudado, inclusive, a rotina dos
moradores que, assustados, estão
adotando algumas medidas que,
aparentemente, lhe trazem mais
segurança.
Depois de sofrer dois assaltos no
ponto de ônibus perto de sua residência,
a estudante Ana Carolina
da Silva Cavalcante tem evitado
ficar sozinha nas paradas. “Como
eu moro em residencial, eu fico na
portaria e, quando vejo que o ônibus
está vindo, eu saio e vou para
a parada, mas não fico sozinha na
parada”, disse.
Ela, que mora no bairro Angelim,
conta que a região está muito
perigosa, principalmente em horários
que quase não tem ninguém
circulando pelas ruas, como no
início da manhã e meio dia. Ana
Carolina relata que se sente muito
insegura ao ir trabalhar no período
da tarde e que, ao retornar
para casa, tem optado por pegar
carona com seu irmão. “Eu estou
voltando de moto com meu irmão
porque é mais seguro, porque eu
tenho medo de ser assaltada de
novo”, desabafa.
Este também é o sentimento da
contadora Cláudia Andréia Andrade.
Ela reside no bairro Parque
Piauí e relata que a região, há muito
tempo, deixou de ser tranquila
e que os moradores sentem-se
amedrontados com o aumento da
violência. “Eu tenho medo de ficar
sozinha na parada de ônibus e só
fico quando eu vejo que têm mais
pessoas. Eu também não ando
sozinha em ruas que não tem ninguém
passando, sem movimentação,
e prefiro dar uma volta maior
e pegar uma rua movimentada, do
que ir por uma deserta”, disse.
Para a contadora, esse medo
atrapalha a rotina da população
que, além de se privar de andar por
certas vias ou bairros, ainda afeta o
psicológico, devido ao trauma que
os assaltos provocam nas vítimas.
“Graças a Deus eu nunca fui
assaltada, mas tenho medo por
mim e pela minha família, porque
a gente ouve as pessoas comentando,
principalmente aqui na zona
Sul. Antigamente, não se ouvia
falar de assaltos nessas imediações,
mas agora é direto e tem assustado.
Você está andando e, de repente,
aparece uma moto e o assaltante
leva suas coisas”, lamenta.
A reportagem do Jornal ODIA
tentou contato com o 6º Batalhão
de Polícia Militar (BPM), mas as
ligações não foram atendidas até o
fechamento desta edição.
Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA