A Constituição Brasileira diz
que é dever do Estado garantir
atendimento educacional especializado
a pessoas com deficiência,
preferencialmente na
rede regular de ensino. O Estatuto
da Criança e do Adolescente
(ECA) também determina
a garantia desse direito.
Na teoria, tudo correto, mas na
prática, crianças e adolescente
autistas ainda enfrentam uma
série de dificuldades para ter
acesso à educação regular.
A Presidente da Associação
de Amigos dos Autistas
(AMA), Rosália Sousa, explica
que o primeiro desafio
a ser enfrentado é a falta de
conhecimento sobre as características
do autismo. Por
lei, as escolas são obrigadas a
contar com professores preparados
para lidar com alunos
com deficiência, o que,
na prática, não acontece.
“Os profissionais das escolas
desconhecem as características
do autismo, e acabam
tendo medo. Geralmente, o
professor já recebe a criança
inseguro, e acaba não buscando
informações para lidar
com essas crianças, que tem
um comportamento diferenciado”,
pontua.
Na avaliação da presidente
da AMA, nenhuma escola no
Piauí, entre públicas e privadas,
está totalmente preparada
para lidar com a inclusão
de crianças autistas em sala
de aula. “As escolas, de modo
geral, não estão preparadas.
Há uma dificuldade muito
grande em entender que
crianças com autismo precisam
de um suporte, porque,
na maioria das vezes, o professor
sozinho não da conta.
Em algumas escolas particulares,
a família acaba pagando
um acompanhante para ficar
na sala de aula, o que é um
dever da escola”, comenta.
A parceria entre família e
escola é fundamental para proporcionar
uma inclusão escolar
mais eficiente das crianças
com autismo. Rosália Souza
afirma que a AMA busca facilitar
essa aproximação, com
objetivo de proporcionar melhores
resultados. “Procuramos
acompanhar, dentro das
nossas possibilidades. sempre
que possível, vamos a escolas
para realizar palestras, capacitações.
A ideia é ofertar uma
formação para os profissionais,
e também para os familiares”,
pontua a presidente da Associação
de Amigos dos Autistas
(AMA).