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Incentivo à criatividade e foco contribuem para longevidade

A neuróbica é uma série de exercícios desenvolvidos pensando na manutenção da saúde cerebral

25/05/2019 11:51

É sempre bastante compartilhado que as atividades físicas são essenciais para a manutenção da qualidade de vida. O desejo pelo corpo saudável também é uma grande meta para grande parte da população, tanto aqueles preocupados com a estética, quanto os que buscam a manutenção da saúde. Mas onde ficam os cuidados com a mente no desenvolvimento humano? 

Muitas vezes negligenciado, o esforço para manter o cérebro em forma é também essencial na jornada de vida. Estudiosos ressaltam que neuróbica, assim como é descrita a ginástica para o cérebro, é tão necessária quanto a ginástica para o corpo. 

Em Teresina, pais buscam incentivar a potencialidade do desenvolvimento cerebral dos filhos desde os primeiros anos e empreendimentos especializam-se para ofertar atividades que atendam esta demanda. A ideia é que potencializar o funcionamento do cérebro é necessário ainda nas primeiras fases da vida até a terceira idade.

O médico piauiense João Carvalho, neurologista e neuropsiquiatra, levanta o questionamento: qual foi a última vez que você desafiou seu cérebro a sair do trivial e aprender algo novo? Segundo ele, para acrescentar mais anos à vida e, principalmente, mais qualidade ao longo deste tempo, é necessário alimentar a mente com conhecimento, novas experiências, atitudes positivas e bons pensamentos.


Foto: Divulgação

Por isso, a neuróbica começa a ganhar adesão de mais e mais pessoas. A neuróbica é uma série de exercícios desenvolvidos pensando na manutenção da saúde cerebral. Criadores do termo, os pesquisadores americanos Lawrence C. Katz e Manning Rubin, elencam no livro Mantenha Seu Cérebro Vivo (Sextante), 83 exercícios que desafiam o cérebro a sair de sua zona de conforto. 

A proposta é estimular a realização de tarefas de jeitos diferentes dos habituais para estimular a mente, seja ao realizar qualquer atividade que nunca tenha tentado antes ou até sugestões para trocar de local itens que se usa rotineiramente, a exemplo do mouse do computador, para poder estimular o cérebro a tentar algo novo.

Robótica estimula raciocínio lógico, analítico e crítico

Raida Veras lembra que, anos atrás, leu uma reportagem que destacava os benefícios para o desenvolvimento do cérebro infantil ao ter contato com atividades como a programação e a robótica. Mãe do pequeno Arthur Veras, hoje com 7 anos, ela decidiu colocar na pauta da oferta de educação para o filho uma rotina que também possibilitasse potencialidades em seu desenvolvimento cognitivo. Por isso, hoje, Arthur, mesmo com a pouca idade, já é entusiasta da área de robótica.

“Ano passado, a gente foi na Polishop e ele viu aquele robô que faz limpeza. Ficou apaixonado e ele disse que queria criar os seus próprios robôs. Eu já tinha lido aquela reportagem e visto que, aqui em Teresina, algumas escolas já colocaram a disciplina de robótica em seus currículos, mas só que para crianças de mais idade. Então fui pesquisar e encontrei o TRON, que recebe crianças da faixa etária dele. Hoje, o Arthur já fala que tem que estudar eletricidade, programação, até conseguir construir o próprio robô”, explica.


Arthur está estudando e pretende construir seu primeiro robô - Foto: Jailson Soares/O Dia

A robótica favorece a curiosidade e a criatividade nas mais variadas idades. Isto porque, ao aprender a linguagem de programação, os alunos são ensinados a pensar de forma estruturada. Eles designam ações a serem cumpridas pelo computador, através de códigos específicos, que são criados por sequências de números e palavras. Desse modo, a parte do cérebro responsável pelo raciocínio lógico, analítico e crítico está sendo sempre estimulada.

“Agora o Arthur diz que, quando crescer, vai ser inventor. Eu sei que a partir destes conhecimentos, assim como dizia naquela reportagem que li há quatro anos, ele pode abrir a mente para vários leques. Ele já sabe sobre energia, corrente elétrica, coisas que a gente só tem acesso no terceiro ano. Fico feliz em poder acompanhar esta etapa da vida dele”, relata a mãe.

Arthur não conta palavras quando o assunto é robótica. Ao ser perguntado quando vai construir seu primeiro robô, ele pondera: “primeiro tenho que aprender programação, mas depois, vou fazer meu robô”, sentencia. Com a mente sendo estimulada a todo momento, não é difícil imaginar a concretude da afirmação.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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