Uma situação dramática ocorre nas proximidades da cidade de Picos (326 km de Teresina) desde a última segunda-feira. Um incêndio de grandes proporções tem causado prejuízos incalculáveis à vegetação e a fazendas na região conhecida como Morrinhos, onde ficam povoados como Val Paraíso, Baixa Grande e Geminiano. Além do Corpo de Bombeiros, o Exército, carros-pipa de prefeituras e até a própria população têm lutado contra as chamas desde então.

(Fotos: Corpo de Bombeiros)

Segundo a capitã Ana Cléia Diniz, comandante do Corpo de Bombeiros de Picos, o incêndio teria iniciado por um automóvel que pegou fogo na BR- 407, e adentrou na mata. "A região tem muito vento e a umidade baixa, o que facilita as chamas se espalharem", comenta a capitã. O acidente aconteceu na tarde de segunda-feira, e o fogo saiu do controle, atingindo pelo menos 20 km de extensão.

O Corpo de Bombeiros está isolando a área em torno do fogo. As pessoas que moram na região estão sendo orientados a sair de suas casas com seus animais, por conta da grande quantidade de fumaça expelida pelas chamas. Até o momento não há nenhuma vítima do incêndio, além da vegetação e animais silvestres. "O prejuízo aqui é imensurável. Infelizmente toda a vegetação foi destruída. Em nove anos de Corpo de Bombeiros aqui em Picos, nunca tinha visto um incêndio tão grande", disse a capitã Cléia Diniz.

Ela conta que o fogo chegou a ser controlado durante a madrugada. "Estivemos aqui trabalhando durante a noite inteira, e conseguimos apagar o fogo completamente. Mas às 11 e meia da manhã de hoje (17), recebemos a informação que tinha iniciado em outra parte, mais próximo ao povoado de Geminiano", disse.. A comandante relata que todos os bombeiros de Picos estão no local, e receberam ajuda do Exército. Prefeituras de cidades próximas estão enviado carros-pipa, e até a população atingida está trabalhando para conter as chamas. "Tem mais de 70 pessoas, até roceiros e donos de terra estão ajudando. É muito triste o que está acontecendo aqui, estamos todos muito tristes. Mas estamos aqui e não vamos sair até que o incêndio acabe", disse a capitã Cléia.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento