Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

IBGE aponta que a cada mil crianças que nascem no Piauí, 19 morrem

A taxa de mortalidade infantil do Estado em 2016, segundo dados do IBGE, é maior que a média nacional.

31/08/2017 08:26

A média de crianças com menos de um ano de idade que vai a óbito no Piauí, representada pela Taxa de Mortalidade Infantil (TMI), é maior que a média nacional, de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no Diário Oficial da União de ontem (30). A estimativa indica que, em 2016, enquanto a taxa de mortalidade infantil nacional foi de 13,29 a cada mil crianças nascidas; no Piauí, é de 19,11. 

(Foto: Maurício Bazílio/ GERJ)

O levantamento aponta também que, no Brasil, em 2016, a quantidade de crianças do sexo masculino que foram a óbito foi de 14,35, enquanto as do sexo feminino foram de 12,19. Ou seja, morreram mais meninos que meninas no país. No Piauí, o quadro é semelhante, a média das crianças do sexo masculino que vão à óbito a cada mil crianças é de 19,98 e de meninas é de 18,18. 

A projeção da Taxa de Mortalidade Infantil para 2017 não muda muito em relação ao ano passado. Há uma pequena redução em relação à média total do Estado, com estimativa de 18,53 a cada mil crianças; mas permanece acima da média do Brasil, estimada em 12,81. O gráfico da Taxa de Mortalidade Infantil do Piauí mostra ainda uma queda até o ano de 2030; porém, mesmo diminuindo, a expectativa é que ela continue acima da média nacional. 

Todavia, a superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), Cristiane Moura, alega que os dados calculados e registrados pelo Data SUS 2016 revelam que a Taxa de Mortalidade Infantil do Piauí no ano especificado é de 16,30 óbitos por mil nascidos vivos. Ela explica que a diferença em relação à estimativa do IBGE é provavelmente pela base de cálculo utilizada. Mesmo com a diferença, a taxa continua sendo mais alta que a média do Brasil. 

Causas 

Para Cristiane, as principais causas relacionadas à mortalidade infantil no Estado são por conta de pré-natais não tratados adequadamente e por problemas no momento e no local do parto. Segundo ela, as infecções e problemas de eclampse, que é o aumento da pressão arterial, são os mais frequentes. 

“Todos os sinais que vão ocorrendo na gravidez, principalmente as infecções, precisam ser tratados em tempo oportuno, se não eles pioram e a pressão ica alta. As mortes das crianças no momento do parto, geralmente, ocorrem porque a mãe adquire infecção urinária durante a gestação, que não é tratada, ou porque aquela gestante é deslocada para uma unidade que não é alto risco, quando elas precisavam de uma que é de alto risco, por exemplo”, explica. Natalidade Da mesma forma que a Taxa de Mortalidade Infantil, a quantidade média de crianças que nascem por mil habitante dentro de um ano no Piauí é maior que a média nacional, porém com uma diferença bem menor que a da mortalidade. A estimativa indica que, em 2016, a Taxa de Natalidade do Brasil foi de 13,87 e a do Piauí de 14,74.

80% dos óbitos infantis poderiam ser evitados, revela Sesapi 

Levando em consideração as principais causas que contribuem para a morte das crianças em menos de um ano depois de nascidas no Piauí, a superintendente da Sesapi, Cristiane Moura, destaca que em torno de 80% dos casos de óbitos poderiam ser evitados. Isto porque, conforme a Taxa de Mortalidade Infantil registrada pela Sesapi em 2016 - que é de 16,30, 40% ocorrem por conta de um pré-natal mal feito e 40% ocorrem porque não têm uma assistência adequada no parto. 

“A gente tem trabalhado para melhorar a qualidade do pré- natal. Esse pré-natal precisa acontecer em tempo oportuno. Estamos periodicamente trabalhando com os municípios para capacitar os profissionais que realizam o pré-natal, para o fazerem de forma adequada”, afirma a superintendente. 

Entre as ações do Estado para redução destes índices estão: a implantação da classificação de risco para as gestantes, onde toda gestante deve ser classificada em Risco Habitual, que é o aceitável, ou Gestante de Alto Risco, que são situações mais graves que requerem, portanto, um pré-natal mais especializado; além do investimento em tecnologia para garantir uma estrutura adequada de assistência ao parto. 

Quanto à classificação de risco para as grávidas, Cristiane explica que 85% das gestantes estão em situação de Risco Habitual e cerca de 15% se enquadram na classificação de Alto Risco. Para cada quadro há uma linha de cuidado diferente fornecida pelo Estado. Segundo ela, até pouco tempo, as Unidades de Alto Risco só existiam nos municípios de Teresina e Parnaíba. Agora, há também em Floriano e, brevemente, em Picos. 

“O Estado está investindo na atenção adequada ao parto, implantação de Centros em partos normais, UTI adulto, UTI neonatal para o bebê e UCI (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal). Ou seja, estamos querendo levar assistência de alta complexidade e atenção ao parto para todas as regiões, descentralizando esse serviço da Capital, para Floriano, Parnaíba e Picos”, fundamenta a superintendente.

Edição: Virgiane Passos
Por: Karoll Oliveira
Mais sobre: