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Hospital do bairro Dirceu II não deve mais receber casos de urgência

O hospital, que funciona desde 1981 na zona Sudeste, deve ser utilizada, a partir de agora, como retaguarda para UPA do Renascença

04/09/2015 07:24

O Hospital Alberto Neto, no bairro Dirceu II, zona Sudeste de Teresina, não deve mais atender casos de urgência. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A unidade, que funciona desde 1981 na região, deve ser utilizada, a partir de agora, como retaguarda para a Unidade de Pronto Atendimento do Renascença, inaugurada no início dessa semana. 

Por meio de nota, a SMS informou que o Hospital Alberto Neto e outras unidades devem passar a receber apenas casos de maior gravidade e que necessitam de internação. “A região Sudeste de Teresina, conhecida como Grande Dirceu, foi contemplada com a instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento, estruturada com seis médicos, por 24 horas, para atendimento de uma população de 300 mil habitantes. Além dessa unidade, a cidade conta com hospitais de retaguarda para receber casos de maior gravidade, que necessitam de internação”, disse. 

Foto: Assis Fernandes/ ODIA

No início da semana, médicos que atuam no Hospital Alberto Neto e o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRMPI) denunciaram a desproporcionalidade da demanda de pacientes para a quantidade de médicos nos setores da clínica médica e pediátrica. De acordo com o CRMPI, um relatório, enviado pelos médicos, aponta que a sobrecarga de trabalho fere a resolução de nº 2077, do Conselho Federal de Medicina, que estabelece normas para o atendimento de urgência no País. 

A nota enviada pela Secretaria Municipal de Saúde afirma ainda que o número de médicos aumentou na região do Grande Dirceu, ao contrário do que diz a denúncia do Conselho Regional de Medicina do Piauí. “Anteriormente, a região do Grande Dirceu contava com quatro médicos e agora passa a contar com oito médicos plantonistas por dia, sendo quatro clínicos, três pediatras, e um ortopedista”. 

Por fim, a SMS esclarece que as mudanças estão sendo realizadas com o objetivo de otimizar o atendimento à população que mora na zona Sudeste de Teresina. “Temos nos organizado no sentido de otimizar o atendimento, o que será feito de forma conjunta com os outros estabelecimentos de saúde”. 

Por outro lado, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), Emanuel Fontes, disse que a entidade não foi informada oficialmente da mudança de atendimento no Hospital Alberto Neto. Ele explica que, caso o hospital continue recebendo casos de urgência, sem passar por aumento no número de profissionais, a Secretaria estará desobedecendo a uma resolução do Conselho Federal de Medicina. 

“Mandei um ofício para o secretário, Aderivaldo Andrade, pedindo explicações a respeito da denúncia dos médicos do Hospital Alberto Neto. Ele me informou, por telefone, que está remodelando o sistema. Isso pode justificar as mudanças, mas é preciso que haja um comunicado oficial, o que, até agora, não recebemos. Caso o hospital continue atendendo casos de urgência, mas sem receber novos médicos, isso vai contrariar totalmente o que determina a resolução”, afirma.

Por: Natanael Souza- Jornal O Dia
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