Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Grupo propõe que nova ponte seja de acesso exclusivo a pedestres e ciclistas

Proposta tem o apoio da OAB-PI, que identificou irregularidades como mau uso dos recursos públicos e falta de estudo dos impactos ambientais.

31/03/2015 08:12

Após meses de impasse, a Secretaria dos Transportes do Piauí (Setrans) lançou o edital para a contratação da empresa que deve elaborar o projeto de Licenciamento Ambiental para dar continuidade à obra de alargamento da Ponte Juscelino Kubitschek. A construção, que está parada desde o segundo semestre de 2014, deve resultar na retirada dos carnaubais que ficam nas extremidades da ponte. 
Contudo, um grupo formado por estudantes e professores da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) vem discutindo os problemas de mobilidade urbana de Teresina e estão propondo outra destinação para a terceira faixa da ponte que liga a Avenida Frei Serafim à Avenida João XXIII.

 “Já fizemos várias reuniões e a proposta é que a ponte do meio seja um prolongamento do canteiro da Avenida Frei Serafim e que sirva de acesso exclusivo a pedestres e ciclistas e também como área de lazer”, explica Luan Rusvel, integrante do coletivo urbano FRITHE. 
Segundo Luan, que é estudante de Arquitetura da Ufpi, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí (OAB-PI), está assessorando o coletivo quanto à legislação que trata do uso do espaço urbano. “Primeiramente, a OAB foi a instituição que identificou uma série de irregularidades, nas obras, relativas ao mau uso dos recursos públicos, falta de estudo dos impactos ambientais e falta de projeto para a ponte”, destaca. 
Já para o operador de máquinas, Adenir Lima Sousa, novas faixas de acesso devem facilitar a vida dos motoristas que passam, todos os dias, pela ponte. Tendo a bicicleta como principal meio de locomoção, o operador revela que a implantação de espaços para os ciclistas que passam pela região seria o ideal. “Acho importante a criação de novos espaços na ponte também para quem anda de bicicleta, porque corremos muito perigo diariamente ao passar pelos carros. Nós precisamos de mais liberdade e mais espaço na cidade”, conta. 
Por outro lado, o motorista Antônio Luís da Silva conta que o alargamento da ponte é necessário, mas não na área central. “O alargamento da ponte deve melhorar o trânsito na ponte, mas acho que essa obra não tem rumo. A faixa do sentido Centro-Leste é que deveria ser ampliada porque o fluxo é maior. Não vejo sentido em ampliar a ponte no centro”, disse. 
Para o comerciante Francisco Materno, apesar da ampliação da ponte ser necessária, a retirada dos carnaubais destrói a paisagem natural da cidade. “Os carnaubais são um cartão-postal da nossa cidade, deixando ela mais bonita. Deviam alargar a parte da ponte que leva à Potycabana, porque lá o trânsito é maior”, sugere. 
Após o licenciamento, outro processo licitatório para a construção dos acessos da ponte deverá ser feito. A primeira parte da obra da Ponte Juscelino Kubitschek, que liga o Centro à zona Leste da capital, já foi concluída. No entanto, a segunda parte da obra, que seria a construção das alças de acesso dos dois lados da via, nunca foi iniciada, permanecendo apenas a pista de rolamento no meio da ponte. 
O objetivo da construção das alças de acesso é trazer maior fluidez ao trânsito, reduzindo o congestionamento de veículos tanto na Avenida Frei Serafim quanto na Avenida João XXIII. A parte já concluída da obra tem uma extensão 427,20 metros e tem largura média de dez metros. Foram gastos na primeira etapa R$ 18.434.806,83, provenientes do Governo do Estado.
Por: Priscila Florêncio- Jornal O Dia
Mais sobre: