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Geração Z busca empregos com ambientes dinâmicos e inovadores

Esta geração que já nasceu conectada não está acostumada a fazer a mesma atividade por muito tempo e a visão empreendedora destes jovens não prioriza tanto a estabilidade.

17/09/2017 10:41

Eles formam uma geração antenada, empreendedora, informada, inquieta e dona de si. Mas, em tempos de reforma trabalhista e do Ensino Médio, que prioriza uma educação mais técnica, quais as perspectiva de emprego para aqueles que nasceram entre os anos de 1996 e 2010? O que esperar dos jovens que foram criados na era dos smartphones e da internet? Que tipo de vagas serão ocupadas por essa geração caracterizada pelo individualismo?

Segundo a psicóloga e supervisora de Recursos Humanos, Jhéssica de Brito, a Geração Z já nasceu conectada às tecnologias e não está acostumada a fazer as mesmas atividades por muito tempo. “São pessoas que buscam coisas novas, querem empregos com ambientes dinâmicos, inovadores e procuram crescimento profissional mais rápido. São diferente dos nossos pais, que estavam acostumados a passar muito tempo em uma organização até conseguir crescer de cargo”, explica.

Para ela, essas novas gerações tendem a buscar ambientes mais agradáveis e confortáveis para trabalhar, que ofereçam atividades criativas, sobretudo na área digital. "As empresas estão se informatizando e buscam, justamente, profissionais que tenham uma visão diferenciada e que transmitam isso para seus clientes", afirma.

Nesse sentido, a profissão ideal para os jovens da Geração Z seria na área de RH digital ou de marketing de apresentação da empresa. Destaca-se, ainda, a visão empreendedora desses jovens, que não priorizam tanto a estabilidade. "Diferente de antes, quando os jovens pensavam em estudar, casar, ter filhos, agora eles estão fugindo disso. Profissionalmente, essas startups que estão surgindo têm ideias diferentes e são empresas que ofertam muito mais”, pontua.

Cursos técnicos 

E em busca dessa estabilidade financeira cada vez mais rápida, muitos jovens estão investindo em cursos técnicos e capacitação. 

Odilza Auxiliadora Moreira é coordenadora pedagógica do CEEP José Pacífico de Moura Neto, escola que integra o Ensino Médio e Técnico, chamado Médio Tec. Ela explica que muitos jovens fazem curso médio profissionalizante visando ingressar imediatamente em uma empresa.

A realidade é cada vez mais atual, sobretudo após às mudanças recentes no mercado de trabalho. “Está havendo mudanças e eles precisam estar preparados e conscientes de que a realidade é outra. A quantidade de jovens formados e sem emprego é grande. Procuramos conscientizar os jovens para buscar o melhor, principalmente relacionado às tecnologias”, disse.

É o que tem feito a jovem Estefanny Venâncio (17), que cursa Técnico em Enfermagem. Segundo ela, o mercado de trabalho já está saturado e é ainda mais difícil conseguir um emprego bem remunerado. “O curso técnico nos dá uma maior chance de começarmos a trabalhar e, depois de um tempo, pagar com nosso próprio salário uma faculdade e não ficar na mesmice. Eu pretendo fazer especialização, ir para outro País, porque sabemos que quem não estuda e não faz sacrifício, não consegue o melhor”, disse.

Sérgio Manoel de Moura (16), que cursa Técnico em Saúde Bucal, destaca que essa foi uma opção encontrada para arcar com os custos do curso que almeja. De acordo com o jovem, ingressando no mercado de trabalho e obtendo um retorno financeiro elevado, ele conseguirá pagar a faculdade de odontologia. “Eu quero isso para não ficar dependendo só dos nossos pais. O curso é muito caro. Só a maleta é R$ 5 mil, então eu tenho que batalhar para conseguir o que quero”, frisa.

Maria Antônia Pereira (17) segue a mesma lógica. “Hoje eu faço técnico em enfermagem, mas meu sonho era ser médica. Contudo, devido às condições atuais do Brasil e dos meus pais, não vai ser possível pagar uma faculdade de medicina. Então eu estudo para ser médica, mas se não conseguir, serei enfermeira e quero conseguir um emprego na área de cirurgia obstétrica”, frisa.

O CEEP oferta nove cursos nas áreas de Saúde (Análises Clínicas; Enfermagem; Farmácia e Saúde Bucal); Informática (Informática e Manutenção e Suporte em Informática) e Produção (Edificação; Manutenção Automotiva e Segurança do Trabalho), contemplando mais de 1.100 alunos nos turnos manhã, tarde e noite.


Carreira profissional

A psicóloga e supervisora de RH, Jhéssica de Brito, explica que Teresina é uma capital voltada para o estudo, onde muitos estudantes ainda anseiam carreiras clássicas, como Medicina ou Direito, tidas como profissões que garantem estabilidade financeira.

Em geral, são escolhas feitas por influência de familiares, normalmente patrocinadas pelos pais, mas que nem sempre representam o real interesse do jovem. A psicóloga sugere que esses jovens façam orientações vocacionais para identificar, de fato, que área devem seguir, para que se sintam seguros e tenham conhecimento de novas carreiras. “Existe uma rotatividade muito grande nos cursos, porque os jovens se matriculam, não se identificam e vão em busca de outra coisa. Isso é reflexo de uma indecisão de jovens que estão na transição de gerações e não conseguem ver o que eles realmente querem.”, disse.

Por: Isabela Lopes, especial para o Portal O Dia
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