Durante a coletiva de imprensa, a Delegada Kátia Esteves confirmou três inquéritos abertos de tentativas de sequestros ocorridas em Teresina somente no mês de abril. Três casos foram registrados na delegacia por familiares das vitimas. Além disso, muitas informações chegaram até a DPCA, mas nem todos tem abertura de investigações.

Três casos tiveram investigações preliminares da polícia a partir de denúncias da imprensa e das redes sociais. Esses inquéritos são abertos após um investigador coletar depoimentos e informações no local onde foram registradas as denúncias. 

Em alguns casos não foram encontrados evidências para que haja a abertura de inquérito. O caso registrado na zona rural de Teresina teve apenas investigações preliminares. Os três inquéritos abertos são dos casos ocorridos no Mocambinho e Centro. 

A delegada Kátia fez um apelo para que, caso existam mais vítimas, as pessoas formalizem a denúncia junto a Delegacia da Criança. "Existem realmente trinta e seis casos de desaparecimento este ano, mas a grande maioria são de adolescentes, o que acaba configurando fuga do lar. Não existem casos de sequestro de crianças, de até 12 anos,  há pelo menos um ano em Teresina", diz. 

Os três casos investigados não levam uma mesma linha de investigação e não demonstra ter relação ou serem praticados pelo mesmo grupo. A DPCA não deu detalhes sobre os inquéritos, os casos seguem em segredo de justiça.

Muitos casos registrados de desaparecimento pela delegacia são repetidos e ficam sendo reiterados porque os adolescentes fogem e voltam para casa muitas vezes. Muitos deles se envolvem em situação de riscos e muitos são encontrados em pontos de drogas e, quando isso acontece, a DPCA consegue um mandado de busca e apreensão e direciona esse adolescente de volta para casa.

“Todos os casos que chegam até a Delegacia são averiguados e, muitos vídeos encaminhados para a DPCA não são ações feitas na cidade, alguns são casos que aconteceram até no exterior. Nós alertamos para que as pessoas não repassem para grupos ou redes sociais vídeos e imagens de crianças, isso se configura como crime”, afirma a delegada Kátia.

O modo correto de agir é procurar a delegacia para que a investigação das imagens sejam feitas. “O que a gente alerta também é para que os pais fiquem atentos e sempre próximos aos filhos. Não devem deixar as crianças sozinhas e próximas a estranhos e orientá-las também a não conversarem ou aceitarem coisas de pessoas desconhecidas”, finaliza a delegada Kátia Esteves.

Atualizada às 10:42

O Instituto Grupo Amigos da Vida (GAV) e membros do Conselho Estadual da Criança e Adolescente estão reunidos na Delegacia Geral na manhã desta quarta-feira (27), para exigir das autoridades municipais as investigações sobre os supostos sequestro de crianças em Teresina. 

Segundo Miranda Neto, coordenador do GAV, sete famílias já ligaram para o grupo relatando sempre a mesma situação. "Estamos afirmando que existem as denúncias e acreditamos que seja o mesmo grupo que está praticando esses crimes na cidade, já que a forma de abordagem é sempre a mesma. Queremos uma resposta e que haja uma intimação dessas famílias que estão denunciando", diz. 

O coordenador ainda fala sobre a necessidade de investigar com urgência esses casos. "Eu me questiono sobre o porque de não apurar esses casos. Mesmo que seja para confirmar que eles não são reais, mas é melhor do que deixar que aconteçam para que, depois, possam investigar", comenta Miranda. 

As famílias que já registraram casos de sequestro junto ao grupo são da zona sul, norte e zona rural da capital. Hoje será realizado uma coletiva de imprensa com a Delegada Katia Esteves, responsável pela delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente da Polícia Civil.

---

Leia Mais: Casal tenta sequestrar criança dos braços da mãe em Teresina

---

Segunda criança sofre tentativa de sequestro em menos de 48 horas 

---

Terceira criança é vítima de tentativa de sequestro em Teresina 

---

O primeiro caso sobre sequestro de crianças em Teresina foi registrado no dia 14 de abril deste ano. Um homem e uma mulher tentaram arrancar a menina, que se chama Maria Sophia, dos braços da mãe, Ângela Oliveira. O PortalODia.com conversou com a família da vítima. “Eles apareceram na esquina, de moto. A mulher estava pilotando e o homem tentou levar minha filha. Ele já desceu da moto e foi puxando a menina pelo braço”, conta Ângela.

Após o caso de Maria Sophia, outros dois casos foram registrados em Teresina. O último aconteceu no bairro Mocambinho, no dia 22 de abril.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Nayara Felizardo e Paloma Vieira (estagiária)