Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Garçons fecham restaurantes no centro e prometem fazer o mesmo na zona Leste

Trabalhadores deflagraram greve a partir de hoje. Eles querem reajuste de 10% do piso salarial, pagamento integral das comissões e vale-refeição

23/12/2016 12:34

A greve dos garçons de bares, restaurantes, churrascarias, hotéis, e motéis conta com adesão de pelo menos 50% da categoria. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Hoteleiro e Gastronômico (Sintshogastro), que na manhã dessa sexta-feira (23) realizou um ato no centro de Teresina, para convocar os trabalhadores a aderir ao movimento grevista. 

A expectativa dos trabalhadores é alcançar um maior índice de adesão da categoria para buscar o reajuste salarial. Hoje pela manhã, os manifestantes fecharam lanchonete e restaurantes no centro de Teresina e prometem fazer o mesmo à noite, nos bares da zona Leste.

De acordo com Uldelcir Coelho, presidente do Sintshogastro, a proposta de reajuste apresentada pela classe patronal foi de apenas 4%, o que elevaria o atual piso salarial de R$ 910,00 para R$ 946,00, apenas R$ 1,00 a mais do que o salário mínimo de 2017, que vai ser de R$ 945,00.

A categoria pede um reajuste de 10% no valor do piso salarial, além do pagamento integral das comissões, e o recebimento de vale-refeição no valor de R$ 12,00 por dia. “Estamos apenas buscando o nosso direito, que é receber um salário digno. Não podemos aceitar essa proposta da forma que ela está, por isso, convocamos a categoria para participar do movimento”, disse Uldelcir Coelho.

Fotos: Assis Fernandes/ODIA

A greve dos garçons é por tempo indeterminado. Segundo Uldelcir Coelho, a categoria vai aguardar uma nova proposta por parte da classe patronal, para deliberar os rumos do movimento. Enquanto isso não acontecer, a mobilização vai ser feita no sentido de conseguir aumentar o número de trabalhadores participando da ação. "Atualmente, temos cerca de cinco mil garçons associados, e a expectativa é conseguir o máximo possível de adesão”, afirma.  

Patrões questionam pautas do movimento 

Os donos dos estabelecimentos questionam o posicionamento dos garçons, que deflagram greve nessa sexta-feira (23). Para Moacir Uchoa, presidente do Sindicato dos Hotéis Bares Restaurantes e Similares do Piauí, não existe justificativa para o início de uma greve, já que a data base para as negociações salariais acontece apenas no mês de janeiro. 

“Por algum interesse individual da diretoria, eles resolveram interromper as negociações logo no começo da primeira rodada. Só em janeiro que íamos começar negociar. Tivemos a boa vontade de negociar em dezembro. Não entendo como greve, entendo como um movimento, que não tem adesão dos próprios associados deles”, afirma Moacir Uchoa.

O Presidente do Sindicato dos Hotéis Bares Restaurantes também afirma que ainda não é possível afirmar a viabilidade do reajuste de 10% no piso salarial, solicitado pelos garçons. “Nós estamos dispostos a sentar e voltar a conversar, mantendo um diálogo”, Pontua. 

Sobre a denúncia de que garçons não recebem o salário da maneira correta, sendo pagos apenas através de comissões, Moacir Uchoa diz que os proprietários de bares e restaurantes obedecem a um acordo de trabalho que garante o direito dos funcionários. “Cumprimos todas as leis trabalhistas. Temos uma convenção coletiva que já mantemos a dezenas de anos, com quase 50 clausulas”, afirma. 

Ainda de acordo com Moacir Uchoa, ainda não é possível avaliar os impactos que a greve deflagrada pelos garçons vai causar aos comerciantes durante as festividades de natal, uma das datas mais importantes para o setor. “Ainda não temos a dimensão, mas, eu acredito que qualquer movimento como esse, sem embasamento, vai deixar prejuízos, tanto financeiros como material”, avalia.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Natanael Souza
Mais sobre: