Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

THE deve perder quase 300 agentes com nova portaria do Ministério da Saúde

Redução diminui repasses do Governo Federal e dificulta combate ao Aedes Aegypti

27/11/2015 12:44

Em reunião realizada na manhã de hoje (26) com gestores de 14 municípios e representantes da Secretaria de Estado da Saúde e da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, o governador Wellington Dias buscou traçar planos e metas para tentar reduzir os casos de infecção pelo mosquito Aedes Aegypti no Piauí. No entanto, uma portaria de julho deste ano baixada pelo Ministério da Saúde pode prejudicar essa campanha.

Fotos: Elias Fontenele/O Dia

A reunião contou com a participação de representantes de 14 municípios que registraram alta nos casos de infecção pelo Aedes Aegypti

A medida prevê a redução no número de agentes sanitários na Capital e no interior do Estado. Segundo a diretora da Unidade de Vigilância e Saúde da FMS, doutora Amariles Borba, Teresina deve perder quase 300 agentes. "Atualmente nós trabalhamos com 590 pessoas diretamente no combate aos focos do mosquito. Mas com a portaria, esse número cai para 299, ou seja, temos uma perda de 291 e isso afeta claramente o combate não só ao Aedes Aegypti, mas a todas as doenças que ele pode causar", diz Amariles Borba.


Doutora Amariles Borba, diretora da Vigilância e Saúde da FMS

Os municípios do interior do Estado também vão sofrer com a redução no número de agentes endêmicos. É o que informa o presidente da Associação Piauiense das Prefeituras Municipais (APPM). De acordo com Arinaldo Leal, algumas cidades podem perder metade ou até mesmo dois terços de seus agentes. É o caso do município de Beneditinos, que deixou de teve a quantidade reduzida de seis para apenas dois.

O presidente da APPM informou que vai tentar recorrer da portaria junto ao Ministério da Saúde, já que o Piauí precisa é de mais agentes para combater o mosquito. Arinaldo Leal classifica a retirada dos profissionais como uma "catástofre, porque a pessoa do município que está apta a combater diretamente os agentes transmissores da dengue, chikungunya e zika precisam estar presentes para orientar a população sobre como agir".

Presidente da APPM, Arinaldo Leal

Sobre isso, o governador Wellington Dias informou que vai tratar diretamente com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, para que o Piauí tenha o número de agentes endêmicos mantido ou, até mesmo, aumentado. "Nós temos que evitar que o combate a essas epidemias percam força e, ao mesmo, tempo, garantir os recursos aos municípios pra que eles possam desempenhar bem o seu trabalho", finaliza o governador.

Números da microcefalia 

Em todo o Brasil, já foram contabilizados pelo Ministério da Saúde pelo menos 700 casos de microcefalia. A região Nordeste é a que tem apresentado a maior incidência da doença. Só no Piauí, o número de casos subiu de 27 registrados até o último dia 17 deste mês para 36, segundo dados do Ministério da Saúde.  Para o governador Wellington Dias, o que está faltando no Piauí é uma ação integrada dos municípios e a realização com mais força de campanhas publicitárias nos meios de comunicação mostrando para a população a realidade da doença.

Bombeiros recomendam controle de natalidade em surto de epidemia

A reunião do governador Wellington Dias com o os gestores municipais e estaduais de Saúde contou com a presença também do Comando da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para dar apoio e sugerir ideias para a campanha de combate ao Aedes Aegypti. Para o representantes dos Bombeiros, major Mendes, o que se precisa no momento é fazer um controle de natalidade recomendando às mulheres que adiem os planos de engravidar pelo menos nesse período de alta nos casos de microcefalia.

Em contrapartida, a prefeita do município Pio IX, Regina Viana, disse que a medida a ser tomada é a conscientização das pessoas para o risco de criadouros do Aedes Aegypti em suas residências. "Eu creio que não é pedir para que as mulheres adiem o sonho de ser mãe, mas de combater o foco, impedir que o mosquito se crie e prolifere e isso depende de cada um, do poder público e dos próprios órgão da imprensa, para divulgar informações e esclarecer a população sobre o que está acontecendo", diz Regina Viana.

Por: Maria Clara Estrêla
Mais sobre: