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Franzé e Nouga buscam solução para Uespi, mas servidores não dão aval

Líderes defendem que professores, demais servidores e estudantes negociem diretamente com o Governo, em busca de uma proposta verdadeiramente boa.

02/05/2016 18:35

O Governo do Estado informou que o secretário Franzé Silva, de Administração e Previdência, e o reitor da Uespi, Nouga Cardoso, estiveram reunidos nesta segunda-feira (2) para conversar sobre a situação dos servidores da Universidade Estadual do Piauí, que estão em greve há mais de uma semana.

O movimento, que conta com a adesão de professores e técnicos da instituição, teve início após o Governo do Estado enviar para a Assembleia Legislativa um projeto de lei que colocaria os servidores na lei do enquadramento, que trata da organização do quadro de pessoal dos órgãos e entidades ligadas ao Governo, e traz inúmeros pontos de retrocesso para os trabalhadores.

Por conta da péssima repercussão gerada, o Governo decidiu ceder, reconhecendo que a Uespi possui leis próprias que tratam dos seus servidores.

O gestor ressaltou que os salários dos servidores serão pagos em dia, mesmo em meio ao movimento grevista. "Não podemos atrapalhar o servidor atrasando salário porque isso não é problema do servidor e sim do Estado. Não podemos colocar em risco a estabilidade do Piauí com atraso de salário", afirmou Franzé.

O secretário afirma que as reivindicações dos trabalhadores precisam ser observadas pelo Governo. Porém, ele ressalta que isso deve ser feito de uma maneira que não impacte negativamente as finanças do Estado, o que poderia resultar inclusive no atraso dos salários. 

Ainda segundo Franzé, a reunião realizada nesta segunda com o reitor Nouga Cardoso foi bastante proveitosa. "Vamos continuar avançando, ouvi a proposta que foi elaborada pela reitoria e vou levar para a equipe econômica. Queremos encontrar uma solução", enfatiza.

O secretário afirma que, mesmo com a economia fragilizada, o Piauí consegue se destacar como um dos poucos Estados do Brasil que não está com salários atrasados. "Nós temos situações de Estados que estão pagando a metade do salário num mês e a outra metade no mês seguinte, como o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul", afirma.

Na última quinta-feira, 28 de abril, os servidores realizaram uma assembleia geral e decidiram pela continuidade da greve. E, a despeito do discurso otimista de Franzé, os servidores afirmaram que o reitor Nouga Cardoso não possui legitimidade para representar os servidores nas negociações com o secretário de Administração.

Os líderes defendem que os professores, os demais servidores e os estudantes negociem diretamente com o Governo, em busca de uma proposta que seja verdadeiramente benéfica para os trabalhadores e para a instituição.

Dentre as deliberações tomadas na última assembleia, os trabalhadores decidiram exigir uma audiência com o governador Wellington Dias (PT) e pela elaboração de uma lista de demandas locais, específicas para cada campus.

Na próxima assembleia, marcada para o dia 5 de maio, às 9 horas, em frente ao Palácio de Karnak, os servidores também vão discutir o reajuste salarial das categorias.

A greve foi deflagrada no dia 18 de abril, por tempo indeterminado. Além de se posicionarem contra a lei estadual 6.772, os servidores em greve também protestam contra o Projeto de Lei Federal 257, que prevê congelamento de salários e desligamento voluntário de servidores públicos nos níveis federal, estadual e municipal. 

Por: Cícero Portela
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