Os comerciantes que atuam
na Feira dos Livros Usados,
na Praça do Fripisa, Centro
de Teresina, esperam um aumento na movimentação de
pais e estudantes no local, nas
próximas semanas. Com o
início do mês de janeiro, muitas pessoas já começam a definir em qual escola matricular
os filhos, além de dar início à
compra dos itens da lista de
material escolar.
Janeiro é a época de maior movimento na Feira da Praça do Fripisa (Foto: Moura Alves/ O Dia)
Para a presidente da Associação dos Vendedores de
Livros Usados do Piauí (AVLUP), Amparo Pilar, a situação econômica vivenciada
pelos brasileiros vai fazer com
que os pais optem pela compra de livros usados, na tentativa de economizar. “A gente
espera um público maior do
que nos anos passados por
conta da crise. Quando há
uma crise, as pessoas buscam
por economia e aqui os pais
conseguem economizar até
70% do valor, se comparado
ao preço dos livros novos”,
pontua.
Os 118 estandes localizados
na Praça do Fripisa começaram a funcionar no dia 27
de novembro, mas até o momento a movimentação de
clientes ainda é considerada
baixa por quem trabalha no
local. Com a chegada do mês
de janeiro, a demanda por
livros aumenta o que exige
um maior número de pessoas
atuando na comercialização
dos livros.
“Os pais, geralmente, deixam pra vir comprar [os livros] depois que começa o
mês de janeiro. O movimento fica bem maior; por isso,
a gente até reforça o número
de pessoas trabalhando nos estandes, para atender melhor a clientela”, destaca Maria do Carmo Gomes, que
atua há 17 anos na Feira dos
Livros Usados do Centro de
Teresina.
Apesar do movimento ainda baixo, na Feira já é possível
encontrar pessoas realizando a tradicional pesquisa de
preços dos livros solicitados
na lista de material escolar. A
dona de casa Claudia Ferreira
é mãe de dois filhos que cursam o Ensino Fundamental
em uma escola no Centro de
Teresina e pretende utilizar
os livros do último ano letivo
como moeda de troca na hora
de adquirir os novos.
“Todos os anos, eu trago os
livros dos meus filhos para
vender ou trocar pelos livros
da nova série. É uma forma
de economizar, já que o dinheiro que ganho na venda já
serve para comprar os novos
livros. Do jeito que as coisas estão, não dá mais para
comprar tudo na livraria, fica
muito caro”, destaca a dona
de casa.
Atravessadores dificultam comércio de livros usados
Apesar da expectativa de
boas vendas no mês de janeiro, os comerciantes que
atuam na Feira dos Livros
Usados também temem o aumento dos prejuízos causados
pela ação dos atravessadores,
que abordam os pais e comercializam os livros de forma
clandestina. Nos arredores
da Praça do Fripisa, é comum
ver pessoas com placas de
compra e venda de livros, mas
que não fazem parte dos associados que têm permissão
legal para exercer a atividade.
(Foto: Moura Alves/ O Dia)
“Existe uma feira paralela à
nossa, aqui nos arredores da
Praça. Esses atravessadores
nos prejudicam muito, no sentido de vendas. Quando eles
abordam o cliente, compram
os livros com o preço mais barato e vendem pra gente por
um preço mais caro, ou seja,
é prejuízo tanto para os pais
quanto para os associados”,
destaca Amparo Pilar.
Para coibir a ação dos atravessadores, a Associação chegou a contratar uma equipe
de segurança nos anos anteriores, o que não foi realizado
este ano por falta de recursos.
Este ano, os feirantes cobram
apoio do poder público para
inibir os atravessadores. “Já
procuramos a Secretaria de
Segurança, Polícia Militar,
pedindo que eles viessem inibir [a ação dos atravessadores], até pela questão da nossa
segurança. Esse trabalho que
eles [atravessadores] fazem é
ilegal”, destaca a presidente
da Associação.
A orientação para os pais é
de não manter contato com
os atravessadores, para evitar
prejuízos financeiros na comercialização dos livros, seja
nas compras ou vendas. “O
certo é o cliente entrar na feira e não deixar ser abordado
do lado de fora. Os pais não
devem fazer negócio nos arredores, mas sim dentro da
feira, porque terão a garantia
maior”, explica.
Edição: Virgiane PassosPor: Natanael Sousa