Continuando a série de matérias que
o Jornal
O DIA está
produzindo sobre
o mosquito Aedes
aegypti, hoje apresentamos
outras doenças transmitidas
pelo inseto e que já foram registradas no Brasil nos últimos
anos, como a febre do Nilo,
Oropouche e recentemente o
Mayaro. Segundo pesquisas,
o mosquito é responsável por
transmitir, pelo menos, 35
doenças; por isso, a importância de evitar criadouros.
O surgimento dessas doenças deve-se a diversos fatores,
como as mudanças climáticas,
características de urbanização,
condições de saneamento e
deslocamento humano. Tudo
isso facilita que as doenças
transmissíveis adquiram características peculiares, com
possibilidade de rápida introdução de novos agentes infecciosos e transmissores, além
de interferir também na mudança dos padrões epidemiológicos.
Larvas do mosquito Aedes responsável pela transmissão de inúmeras doenças (Foto: O Dia)
A febre do Mayaro, por
exemplo, pode estar se espalhando pelo continente Americano e se adaptando, vez que
antes era transmitido apenas
por vetores silvestres e agora
pode ser transmitido por vetores urbanos, como o Aedes
aegypti e o Aedes aubopictus.
Sintomas
Conforme divulgado pelo
Ministério da Saúde, a febre do
Mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, causada por
um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode
causar uma doença de curso
benigno semelhante à dengue.
Normalmente, após uma ou
duas semanas, o paciente se recupera completamente.
Entretanto, parte dos pacientes pode apresentar queixa
de artralgia intensa [dores nas
articulações], acompanhada
ou não de edemas nas articulações. A lesão pode ser limitante ou incapacitante e durar por
meses, quando a recuperação é
mais prolongada e os sintomas
da febre do Mayaro são muito
parecidos com os da dengue e
chikungunya.
No entanto, no Mayaro, as
dores e inchaço das articulações podem ser mais limitantes e durar meses para passar.
Pelo quadro clínico, pode ser
difícil diferenciar se a pessoa
está com dengue, zika, Mayaro
ou chikungunya. Só exames laboratoriais específicos podem
apontar o diagnóstico correto.
Casos
Segundo a diretora da Vigilância Sanitária da Fundação
Municipal de Saúde (FMS),
Amariles Borba, no Piauí,
ainda não foi diagnosticado nenhum caso de Mayaro.
Contudo, ela explica que não
é possível afirmar que não
houve, vez que não foram feitos exames para comprovação,
pois não está disponível ainda
no Estado.
Além disso, não há tratamento específico para a febre
do Mayaro, mas sim um direcionamento para o alívio dos
sintomas. De acordo com o
Datasus (Departamento de
Informática do SUS), entre
dezembro de 2014 e junho de
2015, foram confirmados 197
casos de febre do Mayaro nas
regiões Norte e Centro-Oeste,
com destaque para os estados
de Goiás, Pará e Tocantins.
Todas estas pessoas moravam ou estiveram em área rural, silvestre ou de mata, por
atividades de trabalho ou lazer.
O estado de Goiás registrou 66
casos até fevereiro de 2016 e o
Datasus não possui mais dados
atualizados deste ano. É importante salientar que, no Brasil, a transmissão desta doença
limitou-se a regiões de mata.
Não há relatos, até o momento,
de transmissão urbana.
Por: Isabela Lopes