Uma liminar concedida pelo desembargador Erivan Lopes, no último dia 24 de junho, determinou que o Governo do Piauí custeie uma fertilização in vitro a um casal atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Teresina. No entendimento do desembargador, o procedimento poderá salvar a vida da outra filha do casal que sofre de anemia falciforme, uma doença genética e hereditária que pode levar à morte.

“Eu conversei com os médicos que cuidam da menina. Eles explicaram que apenas o tratamento com células-tronco pode resultar em alguma coisa e até trazer a cura para a doença. Mas as células compatíveis só são encontradas em parentes próximos e os pais da menina possuem genes diferentes. O filho gerado por este casal apresentaria a mesma enfermidade da menina. A única saída é a fertilização in vitro”, explica o desembargador.

O Governo do Estado tem agora um mês para providenciar, junto ao SUS, a realização do procedimento sob pena de pagar multa diária no valor de mil reais por cada dia extrapolado deste prazo. De acordo com o desembargador Erivan Lopes, a família já está se preparando para fazer a fertilização in vitro que deve ocorrer na próxima semana.

Ele explica que, por se tratar de um procedimento relativamente simples  com o Governo pagando por ele, não há motivos para demora na sua realização. A fertilização in vitro é um dos métodos indicados para casais que têm dificuldades de engravidar e consiste na coleta e união de óvulos e espermatozoides em laboratório e a posterior transferência dos embriões de volta ao útero materno.

No caso específico deste casal, a fertilização in vitro possibilitará a seleção de gametas (óvulos e espermatozoides) sadios e compatíveis com os genes da menina que receberá as células-tronco do bebê gerado.