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Experiência de criar animal alerta alunos para gravidez na adolescência

Anualmente, entre 10 e 15 meninas, do 2º ano do Premen Norte, engravidam

12/07/2016 07:30

Os alunos do Centro Interescolar Prefeito João Mendes Olímpio de Melo (Premen Norte) estão passando por um experimento para alertar sobre as consequências da gravidez na adolescência. Divididos em casais, os alunos ficarão todo o mês de férias cuidando de um pintinho como se fosse um filho. O nome do projeto é “Não Faça Filhos, Leia Livros”.

Na última quarta-feira, dia 6 de julho, os alunos receberam o pintinho para iniciar os cuidados. Para tornar a experiência mais real, os pintinhos acompanham um cartão de vacina no qual os "pais" devem acompanhar a medida de peso e altura, registrando todo desenvolvimento do "filho". Os adolescentes terão que dormir com a ave no quarto e ajustar um esquema de guarda compartilhada.

A professora de Administração do Premen Norte, Lessandra Ribeiro, responsável pelo projeto, comenta que, anualmente, entre 10 e 15 meninas do 2º ano do Ensino Médio, da faixa etária de 15 aos 17 anos, engravidam na escola, daí a importância do projeto, que é desenvolvido com alunos do 1º ano do Ensino Médio.

“No projeto, estamos estimulando os alunos a terem consciência de que ter um bebê na adolescência é abrir mão dos estudos, da diversão, é uma responsabilidade grande. Por isso, eles receberam o cartão de vacina, porque eles têm que acompanhar o peso e altura do pintinho, e devido a isso eles se preocupam muito com a alimentação dele. A gente quer trazer a conscientização e provar para eles que, na adolescência, é melhor ler livros do que ter filhos”, explica Lessandra Ribeiro.

Reação dos alunos 

Gabriela Moreno e o namorado Mateus dos Santos, do 1º ano do Ensino Médio, são um dos casais que receberam o pintinho para cuidar. Gabriela conta que ficou muito assustada ao assumir essa responsabilidade. “Eu fiquei muito assustada, eu não sabia como era cuidar de um pintinho e que a responsabilidade era tão grande. A experiência é muito difícil. Fico o tempo todo preocupada se ele está comendo e bebendo água direito. É difícil cuidar de um pintinho, quem dirá de um bebê”, comenta Gabriela.


Foto: Moura Alves/ODIA


Já Mateus conta que precisa estar o tempo todo monitorando o animal e que ele não fica quieto. “Eu tenho que ficar correndo atrás dele o tempo todo, eu tento deixar ele dentro do quarto, mas ele quer ficar perambulando pela casa, não quer ficar quieto. Toda madrugada, ele me acorda. Minha mãe não quer nem saber, ela diz pra mim ‘você que se vire’”, detalha o aluno.

Rômulo Gabriel é outro adolescente que cuida do animal junto com Hana Beatriz. Ele diz que sabe que cuidar de um bebê e de um pintinho é diferente, mas admite que são tarefas difíceis de serem realizadas. “Ser pai na adolescência é muito difícil. Eu parei de sair um pouco para cuidar dele. Lá em casa, mamãe cria umas galinhas e eu tenho que ficar de olho nele o tempo todo para as galinhas não baterem nele”, conta Rômulo.

Em agosto, os alunos voltarão às aulas com seus "filhos" e irão compartilhar com o resto da turma a sua experiência. Os casais irão falar aos alunos que não participaram da experiência tudo o que eles passaram, o que gostaram e o que os incomodavam.


Por: Ioná Nunes - Jornal O DIA
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