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Estudantes ocupam imóvel tombado no Centro para evitar demolição

Segundo eles, as intervenções já realizadas no imóvel descaracterizam a estrutura original, como a retirada de janelas feitas de jatobá.

02/07/2015 07:06

Uma casa na rua Félix Pacheco, no centro, se tornou motivo de discussão em Teresina. O imóvel, tombado como patrimônio histórico da cidade, foi vendido pelos familiares da antiga proprietária e, segundo um grupo de estudantes, está prestes a ser demolido para dar lugar a um estacionamento, a exemplo do que aconteceu com vários outros imóveis do centro da capital. 

A demolição do imóvel foi iniciada no ultimo final de semana. Portas e janelas foram retiradas, além de parte da estrutura do telhado. Para tentar impedir a demolição total do imóvel, os estudantes do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Piauí ocuparam o local buscando evitar novos danos à estrutura. 

O estudante Luan Rusevell explica que a intenção do movimento é impedir a demolição e transformar o imóvel em um centro de cultura aberto à comunidade. “Pretendemos ocupar a casa e usá-la a favor da população, para mostrar a importância de preservar a riqueza arquitetônica desse lugar”, explica ele. 

Foto: Elias Fontenele/ ODIA

Os estudantes denunciam que as intervenções já realizadas no imóvel descaracterizam a estrutura original. “Diversos estudos já foram realizados na Universidade sobre essa casa. As portas e janelas, que foram arrancadas, eram todas originais de madeira jatobá e talhadas à mão. Essa retirada já descaracterizou bastante o imóvel, essa é a nossa grande revolta”, afirma Luan. 

A construção é datada da década de 20, e até meados de 2014 estava com a estrutura totalmente preservada. De acordo com os estudantes a casa é um ícone da arquitetura da cidade. “Essa casa tem um valor histórico muito grande, as esquadrinhas, o piso, paredes, e portas, são todas originais e não tinham sido modificadas. Sem dúvidas é uma das ultimas construções dessa época que ainda resiste, ou pelo menos tenta resistir, ao crescimento da cidade”, explica o estudante. 

De acordo Luan Rusevell, os participantes da ocupação já acionaram entidades como o Ministério Publico e a OAB para tentar impedir a demolição do imóvel. “A ideia é juntar forças para impedir que a demolição aconteça, e que parte do patrimônio seja perdida”, afirma.

Por: Natanael Souza- Jornal O Dia
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