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Especial Dia da Mulher: Vozes pelo Feminismo

Amigas criaram projeto para dar destaque ao que preocupa e mobiliza mulheres não só na cidade, mas em nível de Estado, Brasil e mundo.

08/03/2019 07:01

Ao dar o play, três vozes distintas começam a tomar lugar para refletir e debater sobre temas relacionados às causas das mulheres. Luta por direitos, enfrentamento ao assédio, desconstrução de estereótipos, são algumas das discussões que já passearam entre as reflexões feitas a partir de pesquisas e experiências de vida das mulheres que dão tom ao debate. Aldenora Cavalcante, Ananda Omati e Deborah Falconete são as responsáveis por parte das vozes que formam o projeto Malamanhadas, um podcast e plataforma online criados em Teresina para dar destaque ao que preocupa e mobiliza mulheres não só na cidade, mas em nível de Estado, Brasil e mundo. 

Assim como a TV, o rádio e o jornal, o podcast é uma mídia de transmissão de informações que pode agregar diferentes enfoques. O Malamanhadas, apresentado através de mídia de áudio disponível em programas como Spotify e no próprio site do projeto, aprofunda temas ligados às bandeiras feministas. 

As jovens que encabeçam a ideia, duas delas jornalistas e uma graduanda em psicologia, viram no projeto uma forma de ampliar as discussões que já faziam em sua rede mais próxima de amigas. Declaradamente feministas e conscientes dos avanços, mas inconformadas com os locais que ainda atribuem à figura feminina na sociedade, elas resolveram falar sobre todos esses contextos e encontraram no podcast e na internet uma boa forma de criar pontes para o diálogo. Um projeto para que mulheres falem e se ouçam. 

“Eu já era uma consumidora de podcast feministas e senti a necessidade de fazer o meu. Conheci outros podcasts aqui no Piauí, já tinha amigas que gostavam do tema do feminismo e fui atrás de propor que criássemos o nosso”, destaca a jornalista Ananda Omati. 


Aldenora Cavalcante, Ananda Omati e Deborah Falconete são as responsáveis por parte das vozes que formam o Malamanhadas - Foto: Poliana Oliveira/O Dia

A ação a fez não só encontrar quem oferecesse a voz para dar vida ao podcast, mas outras mulheres também se somaram ao projeto, como é o caso da colunista Dani Marques, que apresenta no site do Malamanhadas produções literárias feitas apenas por mulheres na sessão “Desembucha, Mulher!”. 

Além disso, na mídia de áudio, sempre são convidadas outras mulheres para participarem dos debates que, este mês, traz uma das temáticas já disponíveis: o feminicídio. 

“O incrível é que já estamos recebendo feedbacks de outras meninas que escutam e também de mulheres que fazem podcasts nacionais. É um espaço em que muitas entrevistadas também nos relatam que se sentem à vontade, que podem falar com liberdade e sobre temas necessários”, explica Aldenora. 

Os episódios saem a cada 15 dias, entre Malamanhadas e Powdi, e às quintas e segundas, as sessões do site intituladas Desembucha, Mulher! e Porta-Trecos são alimentadas. 

“Tudo foi pensado porque, quando a gente conhece, começa a estudar e começa a ter consciência do que passamos enquanto mulheres, desejamos nos movimentar. Primeiro vem uma revolta, dor, raiva, por se perceber à margem, mas depois vem a vontade de querer fazer algo para sair disso e fazer com que todas nós possamos nos sentir melhores na sociedade”, considera Ananda. 

Agora, as jovens se preparam para romper as fronteiras online e também organizar eventos que possam mobilizar mulheres que podem não ser alcançadas pelos debates através das mídias digitais. Rodas de conversas levarão os temas que forem escolhidos a cada mês para diferentes bairros de Teresina. “Não adianta falar só para um único público, queremos conversar com mais mulheres e poder ampliar esses temas que são tão necessários para nossa vida”, finaliza Aldenora.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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