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Escolas suspendem aulas devido constante falta de água na zona Sudeste

O problema de abastecimento prejudica os moradores que precisam se deslocar por até um quilômetro para buscar água

21/09/2016 07:33

A falta de água virou rotina para a população de Teresina. As reclamações se repetem em várias zonas da cidade e, nos bairros Monte Horebe, Redonda e Renascença II, a situação não é diferente. Os moradores dessa região, na zona Sudeste da Capital, afirmam que, todos os dias, o abastecimento de água é interrompido pelo menos uma vez, ocasionando, inclusive, a suspensão das aulas em escolas próximas. Em alguns casos, os moradores precisam se deslocar por até um quilômetro para buscar água na horta do bairro Renascença. 
Jaciara Fernandes, diretora da Escola Municipal Barjas Negri, explica que a constante falta de água, por vezes, afeta a realização das aulas, porque a escola não possui poço tubular para garantir o abastecimento das caixas d’água que distribuem água para os bebedouros e para os banheiros. 

Sem água para beber, Jaciara Fernandes teve que dispensar os alunos ontem (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

“Como a nossa escola tem duas caixas d’águas de 14 mil litros, às vezes, a falta de água não afeta a realização das aulas. Mas, quando ela falta e retorna por pouco tempo, não dando tempo de encher as caixas, nós temos que suspender as aulas, como hoje [ontem]. Os pais, mesmo quando falta água na região, enviam os alunos para a aula, porque sabem que aqui eles vão ter água para beber”, conta. 
Na Escola Municipal Barjas Negri, são atendidos 753 alunos no Ensino Fundamental, nos turnos manhã e tarde. A diretora afirma que os estudantes são liberados das aulas quando não é possível fornecer água nos bebedouros, no entanto, as aulas são realizadas em outro dia, para não haver prejuízo no ensino. 
“Quando não tem água, os alunos são liberados. Infelizmente, hoje nós liberamos os alunos porque não tínhamos água nem nos bebedouros nem nos banheiros. E para as crianças, principalmente nesse calor, é importante que se hidratem regularmente e não tem como a gente funcionar sem água. Quando isso acontece, nós remarcamos uma data para fazer a reposição das aulas que os alunos perderam naquele dia”, afirma Jaciara Fernandes. 
Já o aposentado Antônio Anastácio da Costa, que mora no Monte Horebe há 20 anos, não possui caixa d’água em casa e diz que a saída é ir buscar água em baldes na horta do bairro Renascença. Mas, devido à má qualidade do líquido, a água não é apropriada para consumo. 
“A gente liga para a Agespisa, mas não tem jeito, eles dizem que o problema é na estação de tratamento, mas não resolvem. Todos os dias, quando são seis horas da manhã, a água chega e, ao meio dia, falta novamente; às vezes, à noite ela volta, outras vezes não. Aqui em casa, eu só tenho dois baldes; então, a gente vai na horta, enche eles e usa em casa para lavar louça, tomar banho, mas não usamos para beber, nem para fazer comida, porque a água é suja”, relata. 
Contraponto 
Por sua vez, a Agespisa informou, através de nota, que a intermitência no abastecimento dos bairros Monte Horebe, Renascença II e Redonda ocorre em razão do aumento do consumo neste período mais quente do ano. Os moradores recebem água todos os dias, mas não o dia todo. 
No caso do Monte Horebe, a situação é agravada pela localização numa área de topografia elevada. A Distribuidora afirma ainda que, para melhorar o abastecimento, estão sendo realizadas manobras técnicas no sistema para garantir que a água chegue a todas as residências. A empresa também executa operações pente fino em busca de vazamentos. 
Para reclamações de vazamentos e falta de água, os clientes podem ligar 0800 086 8888. O serviço funciona 24 horas, inclusive nos feriados. A ligação é gratuita também
Edição: Virgiane Passos
Por: Nathalia Amaral - Jornal O Dia
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