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Em meio a promessas, CEM segue com problemas administrativos e estruturais

Com espaço para acolher até 60 menores infratores, o Centro Educacional Masculino tem mais de 20 jovens acima de sua capacidade máxima.

26/07/2015 08:27

Grandes desgastes no teto e paredes indicam facilmente a situação de estrutura comprometida que se espalha por grande parte do Centro Educacional Masculino – CEM, localizado na Zona Norte de Teresina. Com capacidade para acolher até 60 menores infratores, o local tem mais de 20 jovens acima de sua máxima. No entanto, os problemas de estrutura e superlotação não são os únicos, o Centro também sofre com falta de profissionais para desempenhar atividades de acompanhamento dos jovens internos. Os problemas multiplicam-se no local, mas as soluções protelam a chegar.

Não é de hoje que o CEM enfrenta tais problemáticas, mas a situação se agravou nas últimas semanas. Após a morte do adolescente Gleison Vieira da Silva, 17 anos – um dos envolvidos e condenado pelo estupro coletivo realizado no município de Castelo do Piauí –, nas instalações da unidade, a direção do local foi exonerada. Um dos novos gestores, o capitão Anselmo Portela, assume a direção da Unidade Socioeducativa da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc) e tem realizado levantamentos que apontem encaminhamentos que deverão ser feitos com urgência, além de medidas tomadas a médio e longo prazo para Além de depredada pelos próprios internos, a estrutura do Centro Educacional Masculino apresenta grandes desgastes no teto e as paredes indicam facilmente a situação de estrutura comprometida o local.

Além de depredada pelos próprios internos, a estrutura do Centro Educacional Masculino apresenta grandes desgastes no teto e as paredes indicam facilmente a situação de estrutura comprometida

“Já foram constatados problemas nas instalações elétricas e hidráulicas e, para isso, o setor de engenharia da Sasc já tomou conhecimento e está realizando um relatório para enviar para o governador, assim, ele poderá dar o despacho positivo ou não. Na parte administrativa, o antigo coordenador que estava no Ceip veio para o CEM e estamos implantando uma forma disciplinar mais rígida, também estamos estudando implementar o fardamento dos menores”, informa Anselmo.

As buscas por melhorias estruturais também integram uma reforma de maior proporção, com a utilização da antiga estrutura do Centro Educacional de Internação Provisória (Ceip), localizado ao lado do CEM, que servia, anteriormente, para receber menores que aguardavam sentença da justiça. Com a reforma, a estrutura do local poderá ser usada para desafogar o atual espaço do CEM. No entanto, a ação depende de aprovação e liberação de verbas do poder executivo estadual. Como medida imediata, uma das celas interditadas do Centro está sendo novamente readequada.

“O CEM, apesar da falha estrutural, com a reforma vai poder suprir a demanda de internos. Uma das medidas que temos em mente é trabalhar com o fluxo de menores. Iremos dar uma oxigenada na saída junto com a Vara da Infância e Adolescência, além de desinterditar uma das nossas celas fechadas. Assim, vamos trabalhar para dividir os menores da melhor forma possível, desafogando os espaços que já temos”, relata o diretor.

Uma possível parceria com a Secretaria de Justiça também é ventilada pelo gestor, no intuito de fortalecer a segurança do local. “Tentaremos trazer agentes penitenciários que fizeram curso em Brasília, eles tem uma nova filosofia de trabalho, que foi aplicado no presídio de São Raimundo Nonato em uma experiência de sucesso que acompanhei”, lembra.

O diretor trabalha com prazo de 30 dias para providenciar a volta dos três menores infratores envolvidos na morte de Gleison Vieira, que foram encaminhados ao Ceip por recomendação judicial após o ato. A intenção é que, após disponibilidade de espaço, seja realizada uma realocação dos internos no CEM para que os jovens voltem a cumprir pena no local, de maneira segura.

“Vamos ver se conseguimos aproveitar o espaço que já temos e encontrar uma forma melhor de dividir os menores. Estamos estudando e vendo um local mais adequado para isso funcionar, com a divisão dos menores por crime e nível de periculosidade. Ainda é muito cedo para dizer a forma como isso se dará, mas essa realocação vai acontecer”, finaliza Anselmo.


Veja mais detalhes na edição deste domingo (26) do Jornal O Dia

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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