Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Em média, 20 infrações são cometidas durante 10 minutos em cruzamentos

Motoristas desrespeitam sinalização e fazem conversões proibidas na zona Sul.

28/03/2016 07:03

Há uma semana, a jovem Mariana Bezerra Carvalho, de 28 anos, morreu após ser atropela por uma caminhonete no cruzamento das avenidas Henry Wall de Carvalho e Marechal Juarez Távora, no bairro Parque Piauí, zona Sul de Teresina. Segundo a polícia, o veículo invadiu o sinal vermelho e colidiu com a motociclista, que faleceu ainda no local.

Apesar do ocorrido, a imprudência dos motoristas pode ser vista diariamente e em plena luz do dia. O motorista que trafega na Avenida Henry Wall de Carvalho, sentido Norte/Sul, por exemplo, está impedido de dobrar à esquerda na Avenida Juarez Távora, assim como quem vem no sentido contrário. Contudo, mesmo com placas sinalizando as conversões proibidas, é comum presenciar os condutores cometendo infrações, colocando suas vidas e de terceiros em risco.


Fotos: Assis Fernandes/ODIA


Willy Nadjo vende camisetas próximo ao cruzamento e conta que já presenciou muitas infrações no local. “Eu sempre vejo motorista dobrando onde diz que não pode dobrar. Teve um que eu vi que foi um carro que avançou o sinal vermelho e outro veículo bateu em cheio. O acidente não chegou a ser grave, mas o motorista ficou com a perna quebrada. As pessoas não respeitam as leis de trânsito, ficam impacientes, buzinando; às vezes, estão com pressa e acabam desrespeitando”, disse. Ele acrescenta ainda que não é muito comum ver agentes de trânsito no local e, por conta disso, os motoristas terminam por ignorar as leis de trânsito.

O mototaxista Francisco Batista trabalha em uma praça próxima ao cruzamento das avenidas e relata que os acidentes e infrações são frequentes. De acordo com ele, mesmo com a colocação das placas alertando para as conversões proibidas, as irregularidades são diárias. Ele disse que a sinalização é recente e que, na época da implantação, agentes de trânsito ficaram no local orientando os motoristas. Entretanto, como não há mais guardas no cruzamento, os motoristas não respeitam as mudanças.

“Eu acho que os motoristas fazem isso por pura falta de respeito, porque o sinal está fechado e, mesmo assim, o pessoal invade. Isso é frequente, direto. Tem um monte de placa explicando que não pode dobrar para tal lado, mas os motoristas não estão nem aí. Quando colocaram as placas, tinha agentes de trânsito direto, mas depois eles nunca mais apareceram”, disse.

Para Francisco Batista, somente a presença dos agentes de trânsito no local não inibiu que os motoristas cometessem infrações, e acrescenta que uma das medidas que poderia solucionar o problema seria a colocação de câmeras e sensores. “Se colocasse, eu acho que o pessoal respeitaria mais, porque só as placas não estão adiantando nada”, argumenta o mototaxista.

Equipe de ODIA flagra 20 infrações em apenas dez minutos em cruzamento

Outro ponto comum em que também há registros diários de infrações é no cruzamento das avenidas Prefeito Wall Ferraz com Tito de Oliveira, na zona Sul de Teresina. Em apenas dez minutos próximo ao local, a equipe de reportagem do Jornal ODIA flagrou vinte motoristas fazendo conversões proibidas.


O condutor que segue na Avenida Prefeito Wall Ferraz, sentido Norte/Sul, por exemplo, está impedido de fazer conversão à esquerda; porém, mesmo com as placas informando a proibição, muito motoristas insistem em dobrar na via. Este ato, além de irregular, gerando multa, ainda coloca em risco a vida e o patrimônio de terceiros.

O frentista Jefferson Miller trabalha em um posto próximo ao cruzamento e conta que, em dois anos, já presenciou muitos acidentes no local, principalmente por conta das conversões irregulares cometidas pelos motoristas. Segundo ele, raramente agentes de trânsito aparecem no local, exceto quando há algum acidente e necessita ser feito o registro. Ele ainda acrescenta que as irregularidades são cometidas por diversos condutores, desde motocicletas, carros, caminhões e ônibus, e que o desrespeito acontece em qualquer horário.

“Principalmente no horário de pico, quando os motoristas querem cortar caminho e não querem andar um pouco mais para fazer um retorno seguro. Aqui já teve muitos acidentes graves, inclusive com morte. Há dois meses, teve um, que o motorista invadiu e acertou o outro. A placa está aí, dizendo que não pode dobrar, mas as pessoas insistem, acho que pelo costume mesmo, porque antigamente era liberado e, depois que proibiram, as pessoas ainda não se acostumaram”, disse.


Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
Mais sobre: