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Em greve há uma semana, bancários param 80% das agências no Piauí

Sem negociações, o movimento grevista continua em todo o país. População deve ficar atenta às alternativas para fazer operações financeiras

14/10/2015 07:01

A greve dos bancários completou ontem (13) uma semana. Sem negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Febraban), os servidores de todo o país, inclusive do Piauí, decidiram continuar com o movimento por tempo indeterminado. 

Antônio Vasconcelos, diretor do Sindicato Estadual dos Bancários, destaca que, em todo país, mais de 10 mil agências estão paradas. Segundo ele, no Piauí, 80% das agências estão paradas. “Sem a negociação e sem previsão do término da greve, queremos atingir 100% [das agências] até o fim da semana”, fala. 

O presidente do Sindicato, José Arimatea Passos, reafirma que a greve continuará forte. “Estamos com quase todas as agências paralisadas e queremos avançar no movimento para ver o impacto que vai causar em todo país”, explica. 

Até o momento, não existem registros de falta de dinheiro nos caixas eletrônicos em Teresina; porém, todo o atendimento interno dos bancos está prejudicado. O professor Wemerson Viana, de 26 anos, conta que já esteve, várias vezes, em diferentes bancos tentando abrir uma conta corrente. “Estou voltando aqui neste banco muitas vezes e não consigo atendimento. Espero que essa situação se resolva logo”, disse. 

Foto: Elias Fontenele/ ODIA

Alternativas 

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes poderão fazer saques, transferências e outras operações por canais alternativos de atendimento, como caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos no celular (mobile banking), telefone, além de casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos credenciados. 

E é exatamente isto que Josemar da Silva, de 49 anos, está fazendo. Ele tem procurado outros meios para realizar as operações financeiras que necessita. “O mais agravante, para mim, é não poder depositar dinheiro. Estou enfrentando filas quilométricas nas casas lotéricas, tanto para depósito como para retirar”, reclama o professor. 

Reivindicações 

Os bancários querem reajuste salarial de 16%, com piso de R$ 3.299,66, e Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82. A categoria também reivindica vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada. A categoria também pede pagamento para graduação e pós, além de melhorias nas condições de trabalho e segurança. 

“A greve é a forma que temos de cobrar pela atual situação que estamos passando. Isso implica na paralisação de serviços e, pela legislação, temos que ter uma porcentagem mínima para oferecer, que são os caixas eletrônicos. Atendimento interno não”, argumenta Antônio Vasconcelos, diretor do Sindicato Estadual dos Bancários. 

A proposta apresentada pela Febraban, rejeitada em assembleias, oferece reajuste salarial de 5,5%, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23. A Federação propôs ainda PLR pela regra de 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22 e parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16). Não há sinalização de retomada das negociações.

Por: Pedro Vitor Melo
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