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Duplicação da ponte Wall Ferraz : moradores se recusam a desocupar casas

São quatro propriedades em fase finais de processo para pagamento e uma delas sendo feita por meio de decisão judicial

25/06/2016 10:38

A duplicação da ponte Wall Ferraz, que se estende desde a Avenida dos Ipês até a Avenida Higino Cunha, ligando a zona Leste à Sul, bairro Ilhotas, requer um acesso do lado esquerdo da ponte. As casas que se localizam deste lado precisarão ser demolidas. No entanto, alguns moradores se recusam a deixar suas casas e outros estão considerando a proposta. 

O engenheiro responsável pela obra, Lourival Linard, conta que alguns moradores já saíram do local. “Há moradores que não querem entrar em negociação e não querem sair das casas, mas outros aceitaram o acordo. Não serão desocupadas todas as casas, somente as que necessárias para fazer o acesso”, afirmou o engenheiro.

A moradora Francisca Cardoso fala que um representante da Secretaria de Habitação entrou em contato com o seu marido para negociar. “Eles falaram com meu esposo, chamaram ele e ofereceram uma quantia em dinheiro e um apartamento. Só que a quantia é muito pouca, são R$ 40 mil reais. Eles disseram que vão nos chamar de novo e quem vai sou eu. Eu tenho animais, como eu vou ficar em um apartamento que eu nem sei onde é? Uma das moças que morava aqui já até aceitou a proposta e disse que o apartamento não grande. Eu queria que eles me dessem um valor com qual eu conseguisse comprar uma casa”, afirma Francisca. 

“Eles nos comunicaram através de uma assistente social que precisariam demolir a casa devido a ampliação da nova ponte. Um pessoal veio fazer uma vistoria, tiraram fotos e pediram para a gente não fazer nenhum tipo de reforma e não alterar mais em nada a estrutura da casa. Agora, por último, estamos constatando que a situação talvez nem se resolva. E a ampliação da ponte está prejudicando meus filhos, por conta da poeira”, conta Daniel Brito, mototaxista e morador do bairro Ilhotas. 

Daniel disse que sua casa foi avaliada em R$ 101 mil reais, mas só lhe ofereceram o valor de R$ 82 mil. “Eu perguntei porque eles estavam se propondo a pagar apenas R$ 82 mil se a construtora que eles contrataram avaliou o imóvel em R$ 101 mil, e a assistente social disse que não sabia, que ela estava falando somente o que lhe havia sido repassando”, relata o morador. 

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh), por meio da Coordenação de Habitação, informa que tem dado prosseguimento às desapropriações referentes a construção dos acessos da Ponte Wall Ferraz, que já se encontram com condições pactuadas com os proprietários envolvidos. São quatro propriedades em fase finais de processo para pagamento e apenas uma delas sendo feita por meio de decisão judicial.
Edição: Biá Boakari
Por: Ioná Magalhães - Jornal O DIA
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