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Deficiente física não pode sair de casa por causa da falta de pavimentação

"Sempre que vamos levá-la para as consultas é um sufoco", relata pai. moradores da Vila Santo Antônio reclamam da situação.

05/01/2017 08:21

A falta de pavimentação também afeta a locomoção de Terezinha de Jesus, de 48 anos. Portadora de deficiência psicomotora, Terezinha não pode sair de casa sem usar cadeira de rodas. Mas a falta de pavimentação impede o seu deslocamento pelas ruas do bairro. O pai de Terezinha, o aposentado Francisco Fernandes, conta que a filha precisa ir ao médico a cada dois meses e, na ocasião das consultas, a família necessita chamar um táxi para poder levar a jovem. 

Francisco fala da dificuldade de ir até para o médico com a filha (Foto: Moura Alves/ O Dia)

“Nós temos uma cadeira de rodas, mas ela só usa dentro de casa, não podemos usar na rua porque ela afunda na areia. Às vezes, nós queremos colocar ela aqui na porta, para pegar um ar, e não tem como. Na minha casa, também mora a minha mãe, que tem 101 anos, e ela também precisa de acompanhamento médico constante; então, sempre que vamos levá-las para as consultas é um sufoco”, relata o aposentado. 

Transporte Eficiente 

De acordo com a Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e de Assistência Social (Semtcas), as pessoas com deficiência que precisarem do serviço de Transporte Eficiente devem procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da região em que moram e apresentar o atestado médico, cópia do comprovante de endereço, do comprovante de renda, da identidade e do CPF. Após a entrada do processo no CRAS, a documentação será encaminhada para a Semtcas, que, em seguida, analisa e envia para a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) para que seja providenciado o código de atendimento. 

Moradores sofrem com esgoto a céu aberto 

Assim como Teresinha, os mooradores da Vila Santo Antônio, na zona Sul de Teresina, reclamam da falta de pavimentação e do esgoto a céu aberto que corre em três ruas do bairro. Segundo a população, a falta de pavimentação provoca transtornos, pois, no período de chuvas, até mesmo os carros ficam impedidos de transitar pelo local, que fica coberto pela lama e pelo mato. 

Sem pavimentação, mato se acumula nas vias (Foto: Moura Alves/ O Dia)

Segundo a dona de casa Antônia Mendes, moradora do local há 17 anos, a situação é antiga. Ela conta que o acúmulo de água provocado pelo esgoto das residências, que corre livremente pela rua, causa mau cheiro e incomoda os próprios moradores. “Nós não temos saneamento básico, a rua é desse jeito aí, não tem calçamento, não tem esgoto, as crianças brincam na lama e na poeira”, destaca. 

A moradora afrma também que a limpeza é feita pela Prefeitura apenas no período anterior às eleições, mas são os próprios moradores que são obrigados a retirar o mato para poder transitar pelas ruas. “A Prefeitura veio aqui e passou um trator para limpar a rua antes das eleições; depois disso, eles não aparecem mais, é sempre assim. Cada vizinho é que tem que limpar sua porta”, diz. 

A falta de pavimentação na Vila Santo Antônio atinge as ruas Santo Antônio, Tenente Jesus e Terezinha Costa. Na região, é perceptível o acúmulo de mato e de lixo, o esgoto que sai das residências escorre para a rua. No período seco, a poeira entra nas casas e causa danos à saúde dos moradores. Já no período de chuvas, a lama e o acúmulo de água em depósitos abandonados nas ruas são criadouros de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. 

Contraponto 

Segundo o superintendente executivo da Superintendência de Desenvolvimento Urbano da zona Sul (SDU/ Sul), Paulo Roberto, as ruas não estão contempladas no orçamento popular deste ano. Portanto, será enviada uma equipe para o local para realizar uma vistoria e posteriormente fazer o orçamento que será levado ao superintendente de Desenvolvimento Urbano, Paulo Lopes. Ele, por sua vez, irá apresentar à situação ao prefeito Firmino Filho. Se aprovado, a pavimentação deverá entrar no orçamento e poderá ser feita até o final deste ano.

Edição: Virgiane Passos
Por: Nathalia Amaral
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