Vaqueiros e entidades que defendem a vaquejada no Piauí se concentram na Avenida Marechal Castelo Branco, na manhã de hoje (11) para protestarem contra a decisão do STF de derrubar a lei que regulamenta a vaquejada no Estado do Ceará, e que serve de referência a para todo o País. Por seis votos a cinco, os ministros consideraram que a prática causa sofrimento aos animais e fere os princípios da Constituição de preservação do meio ambiente.

Fotos: Assis Fernandes/O Dia

Já para o presidente da Associação dos Vaqueiros do Piauí, Ravi Lages, a medida foi motivada pela falta de conhecimento das pessoas sobre a prática e se configura como uma tentativa de passar uma borracha na cultura e na tradição nordestina. “É um absurdo, porque o Piauí foi desbravado através dos vaqueiros e hoje queremos mostrar que a vaquejada faz parte da nossa cultura e da nossa história”, diz.

A AVAPI considera ainda infundadas as alegações dos movimentos ativistas de que os animais sofrem maus tratos durante a vaquejada. Para o presidente da Associação, os defensores da causa não têm interesse em conhecer ou participar dos eventos para ajudar a a encontrar uma solução que seja favorável ao todos os envolvidos. “A vaquejada moderna é muito preocupada com o bem-estar do animal e vários acontecimentos que se via há 30, 40 anos não existem mais. Mas apontar o dedo é mais fácil que nos ajudar a encontrar uma saída”, critica o presidente da entidade.

Ravi Lages acrescenta ainda que todos os eventos de vaquejada no Piauí e no Brasil são fiscalizados, que os animais todos têm acompanhamento de veterinários e representantes dos órgãos competentes. De acordo com ele, a derrubada da regulamentação da vaquejada deve prejudicar pelo menos 120 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos em todo o Brasil.

A manifestação acontece, simultaneamente, em Teresina e em mais cinco cidades do Piauí. Além daqui, vaqueiros de outros Estados do Brasil também participam hoje do movimento.

Por: Andrê Nascimento e Maria Clara Estrêla