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Cria chama atenção para incentivo à adoção e reintegração familiar

Desde que o Centro foi fundado, há mais de seis anos, 61 crianças passaram pela instituição

25/05/2016 07:32

No Dia Nacional da Adoção, comemorado nesta quarta- -feira (25), o Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (Cria) chama a atenção de toda a população para a sensibilização sobre a adoção, assim como as dificuldades do processo. Durante todo o mês, a entidade, que acolhe 11 crianças e adolescentes, realizou diversas atividades em alusão à data.

O Cria trabalha em parceria com a Vara da Infância e da Juventude e com instituições de acolhimento, sendo oito apenas em Teresina, visando uma nova cultura de adoção, promovendo discussão sobre o fato de crianças viverem em instituições de acolhimento sem ter seu direito à família respeitado. Desde que foi fundada, há mais de seis anos, 61 crianças e adolescentes passaram pela instituição.

A presidente do Cria, Francimélia Nogueira, conta que as crianças chegam a ficar anos nessas instituições, aguardando que sua situação jurídica seja resolvida. Segundo ela, as duas principais dificuldades que impedem a adoção de uma criança são: a demora para decidir a situação jurídica dela, onde muitas vezes se dão prazos fora da lei, aguardando a família resolver a situação. Com isso, as crianças vão crescendo e dificultando ainda mais as chances de adoção. A segunda barreira é a preferência das pessoas que estão cadastradas para adotar.

“Elas querem, preferencialmente, crianças saudáveis, brancas e com até dois anos; sendo que as crianças grandes, negras e com alguma deficiência também querem uma família. Crianças com até dois anos encontram uma família rápido, mas passou dessa idade, vai diminuindo ainda mais as chances dela ser adotada. Claro que isso tem melhorado, mas para resolver é preciso cumprir a lei, e se o ECA [Estatuto da Crianças e do Adolescente] diz que precisa ser resolvido tudo em dois anos, precisa ser cumprido esse prazo”, disse Francimélia Nogueira.

Família Acolhedora

Para as crianças que ainda estão nos abrigos, uma alternativa encontrada para que elas possam ter acesso ao direito à família é através do projeto Família Acolhedora. Nesta modalidade, as pessoas que simpatizam com a causa, mas que não têm interesse em adotar uma criança, passam a cuidar provisoriamente desse menor.

Quem quiser fazer parte do projeto deve buscar o Cria, que fica localizado na Rua São Pedro, 1841, Centro-Sul, onde será feita a primeira avaliação, no intuito de verificar se essa pessoa quer realmente adotar ou apenas cuidar provisoriamente. Para participar do Família Acolhedora, é necessário passar por um processo de triagem, verificando idoneidade, motivação e se essa pessoa possui capacidade de cuidar dessa criança, mas sabendo que ela poderá ser adotada a qualquer momento ou retornara para a família de origem.

Outras ações

O Cria também desenvolve outras ações, como o Fortalecendo Vínculo, cuja entidade visa apoiar as famílias de origem que tiveram seus filhos abrigados e os receberam de volta, no sentido de evitar o reabrigamento; Incentiva à Adoção Necessária, que faz exposições fotográficas, reuniões e ações de sensibilização para adoção diferenciada, como grupo de irmão, afrodescendentes e crianças especiais.


Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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