Uma vistoria realizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) mostrou que boa parte das pousadas e hotéis no litoral piauiense não apresentam estrutura física adequada para receber hóspedes. Em todos os 21 estabelecimentos vistoriados foram encontrados problemas na construção e instalações, e na manutenção da estrutura.

As pousadas, escolhidas aleatoriamente pelo CREA, ficam localizadas nas praias de Barra Grande e Barrinha, em Cajueiro da Praia; nas praias de Macapá, Peito de Moça e Atalaia, em Luís Correia; e na praia do Coqueiro, no município de mesmo nome.

Fotos: Divulgação/CREA-PI

Dos 21 estabelecimentos vistoriados, apenas nove tinham lauto emitido pelo Corpo de Bombeiros. As outras não apresentaram o documento ou alegaram dificuldades para consegui-lo. Apenas seis também apresentaram o laudo da Vigilância Sanitária. O CREA constatou ainda que, de todas as pousadas visitadas, apenas quatro estavam em obras para adequação à normas técnicas vigentes. Duas pousadas não apresentaram alvará de construção.

Com relação ao material usado na construção dos estabelecimentos, todas as pousadas possuem estrutura em alvenaria e apresentam bom estado de conservação. Já as que também têm partes construídas em madeira, possuem algumas irregularidades, como emprego do material sem tratamento contra corrosão por cupins e pela maresia. Isso segundo o CREA reduz consideravelmente a vida útil da construção.

Dentre as irregularidades apresentadas pelas pousadas com estrutura de madeira estão excesso de umidade e ausência de encaixe nas peças, o que leva à perda de resistência e risco de desabamentos. “Inclusive, quando vistoriávamos um estabelecimento, uma parte do teto chegou a cair sobre alguns carros que estavam estacionados. A estrutura era de madeira”, relata o presidente do CREA, Paulo Roberto.

Instalações elétricas e sanitárias

Na avaliação do CREA, no geral, as instalações elétricas das pousadas vistoriadas estão em bom estado de conservação. No entanto, o Conselho faz algumas observações com relação ao isolamento de fios e cabos, principalmente em locais onde a cobertura é de palha, o que pode representar maiores riscos de incêndios. Apenas uma pousada apresentava grupo gerador instalado conforme as normas vigentes. Somente uma, também, contava com projeto de instalação de combate e prevenção de incêndio.

Já no que diz respeito às instalações hidro-sanitárias, em termos gerais, o CREA considerou seu estado de conservação como sendo bom. Nas pousadas localizadas em Cajueiro da Praia, verificou-se a ausência de fornecimento de água tratada pelo poder público, sendo o abastecimento feito por meio de carro-pipa. Os proprietários informaram que o custo para este serviço gira em torno de R$ 400,00. “Isso é inadmissível, para um local que tem o potencial turístico como Barra Grande tem”, pontua o presidente do CREA

Acessibilidade

Das 21 pousadas vistoriadas, apenas duas apresentaram rampas de acesso a cadeirantes nas áreas próximas à piscina e ao restaurante e em toda sua área externa, mas construídas de forma inadequada. O CREA considera, portanto, que nenhum dos estabelecimentos segue a legislação no que diz respeito à acessibilidade.

Por: Maria Clara, com informações de Isabela Lopes