A Eletrobras Distribuição Piauí
deflagrou na manhã desta terça-feira (18) uma ação conjunta com o Grupo de
Repressão ao Crime Organizado (Greco) para combater o furto de energia em
diferentes zonas de Teresina. Segundo o Departamento de Medição e Combate às
Perdas, o roubo de eletricidade gerou prejuízos da ordem de R$ 127 milhões para
os clientes e a empresa de fevereiro de 2017 a janeiro de 2018.
Desde total, pelo menos R$ 110 milhões são repassados aos consumidores adimplentes. Este montante é soma da porcentagem de energia não faturada (furtada), que entra nas contas dos consumidores que pagam seus talões em dia. Os outros R$ 17 milhões precisam ser desembolsados pela Eletrobras para poder cobrir o rombo.
No entanto, a dimensão do prejuízo fica maior quando se contabiliza o que seria arrecadado caso os furtadores de energia pagassem suas contas devidamente e em equivalência com o consumo real. “Se toda a energia furtada no Piauí fosse devidamente tarifada, ou seja, com o consumo real e todos os impostos incidindo corretamente, teríamos, por ano, R$ 516 milhões a mais entrando nos caixas”, explica Dênis Alfredo Costa, gerente do Departamento de Medição e Perdas da Eletrobras.
Foto: Jailson Soares/O Dia
Destes R$ 516 milhões, pelo menos R$ 130 milhões seriam deduzidos em arrecadação de ICMS e poderiam ser utilizados para investimento em outros setores públicos, como educação e saúde, por exemplo, é o que afirma o representante da Eletrobras.
A operação de hoje teve como um dos alvos um condomínio na zona Sul de Teresina, no bairro Monte Castelo, onde 10 equipes fazem diligências. A Força Tarefa conta com 60 pessoas atuando em toda a Capital, acompanhadas pela Polícia Civil. Até o momento, uma pessoa fi conduzida para a sede do Greco e sua identidade não foi informada nem pela polícia, nem pela Eletrobras. É possível que mais conduções aconteçam durante o dia
Como se dá o furto de energia
Existem dois modos comuns de se furtar energia, segundo a Eletrobas: pelo desvio da corrente elétrica, com o uso de ímãs, e pela fraude no medidor, que impede que a contagem seja feita de forma eficiente, geralmente reduzindo os valores consumidos e, consequentemente, a serem pagos na conta.
A fraude por roubo de energia é considerada estelionato e furto e a pena para esses crimes pode ir até quatro anos de reclusão e pagamento dos valores retroativos referentes ao período fraudado, acrescido de multa. Se o fraudador for pego em flagrante, o responsável pode ter seu fornecimento de energia imediatamente suspenso até a regularização da situação.
“É uma situação inaceitável, porque temos consumidores que estão em dia com suas contas tendo que pagar pelos prejuízos causados por outros que não têm a consciência de que precisam arcar com o serviço que consomem”, finaliza Dênis.
Por: Maria Clara Estrêla