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Com menos recursos, FMS quer reforçar campanha contra mosquito Aedes aegypti

Zona norte concentra mais casos de dengue; abastecimento d'água insuficiente é a causa.

27/11/2015 14:51

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) realizou, na tarde desta sexta-feira (27), uma palestra direcionada aos agentes de endemias que atuam em Teresina, para reforçar a mobilização contra os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, que são vetores dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

Amariles Borba, diretora de Vigilância em Saúde da FMS, ressaltou que os agentes precisam redobrar os esforços na fiscalização das residências e na conscientização da sociedade, para que sejam eliminados os potenciais criadouros dos mosquitos. 

Amariles Borba, da Fundação Municipal de Saúde (Foto: Jailson Soares / O DIA)

Ela explica que essa atenção maior é necessária por conta das novas epidemias de zika e de chikungunya, dois vírus que podem resultar em consequências desastrosas para a saúde humana.

Segundo a gestora, o combate aos mosquitos transmissores dessas doenças só será exitoso a partir do momento em que for realizado conjuntamente pela Prefeitura de Teresina, pelo Governo do Estado, pela população, pela imprensa e por outras entidades.  

"Teresina tem mais de 320 mil imóveis. É impossível estarmos nesses imóveis toda semana [fiscalizando e conscientizando a população]. Nós sabemos que o mosquito, nas condições climáticas de Teresina, ele leva apenas cinco dias para se reproduzir. Então, em apenas um mês nós temos seis gerações de mosquito. Por isso, precisamos que toda a população tenha esse compromisso, essa atitude de não ter criador de mosquito em seu local de trabalho, nas escolas, em sua casa, em canto nenhum. Ou a gente acaba o mosquito ou ele acaba com a gente", afirmou Amariles Borba.

O médico neurologista Marcelo Adriano, da Vigilância Epidemiológica da FMS, enfatiza que, alguns meses atrás, quando a epidemia do zika vírus começou a surgir no Brasil, suas consequências ao organismo foram subestimadas pela comunidade médica e pelo Ministério da Saúde. Mas agora se sabe que a doença pode provocar graves problemas para a saúde humana, como a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), que afeta o sistema nervoso e causa fraqueza muscular, e a microcefalia em bebês filhos de mulheres que tiveram a patologia quando estavam grávidas.

O médico Marcelo Adriano, da Vigilância Epidemiológica da FMS (Foto: Jailson Soares / O DIA)

Outra doença grave é a febre chikungunya, cujos sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Mas que também pode afetar as articulações do paciente, causando inflamações com fortes dores, acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local - quadro que pode se prolongar por meses ou anos.

Menos recursos, mais trabalho

Amariles Borba também demonstrou preocupação com o corte de recursos para financiar o trabalho dos agentes de endemias - medida foi anunciada no mês de julho pelo Ministério da Saúde.

Antes os recursos eram suficientes para que a Prefeitura mantivesse de 450 a 600 agentes nas ruas. Mas com o corte do Governo Federal, é possível que esse número seja reduzido pela metade, já a partir de janeiro de 2016.

Zona norte concentra mais casos de dengue

Dados da Fundação Municipal de Saúde apontam que em 2015, até 13 de novembro, foram confirmados 4.436 casos de dengue em Teresina.

Os cinco bairros mais afetados pela dengue são: Santa Maria da Codipi, com 323 casos; Parque Brasil, com 212 casos; Mocambinho, com 201 casos; Buenos Aires, com 170 casos, e Santo Antônio, com 147 casos.

Dos cinco bairros com mais ocorrências, os quatro primeiros ficam localizados na zona norte da capital. Apenas o bairro Santo Antônio está situado em outra região da cidade - a zona sul.

De acordo com Amariles Borba, a proliferação do mosquito da dengue é maior na zona norte por conta do abastecimento d'água insuficiente, o que obriga os moradores a armazenarem água em suas casas, multiplicando os potenciais criadouros.

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