Tradição no Carnaval teresinense, o bloco Capote da Madrugada desfila hoje (06) pela Avenida Dom Severino, levando alegria e muita animação aos foliões. O bloco inova este ano ao levar para a rua a alegoria de um Capote, mascote da festa, além dos já conhecidos bonecos de Olinda, marchinhas, e o frevo Pernambucano.

Fotos: Jailson Soares/O Dia

Criado em 2002, o Capote da Madrugada completa 13 anos em 2016. O bloco surgiu da união de amigos que queriam matar a saudade do Carnaval de Pernambuco. Seu nome faz referência ao bloco Galo da Madrugada, um dos maios tradicionais a desfilarem pelas ruas de Recife. É nessa mistura de Pernambuco com Piauí que ganha vida a alegria e a animação dos foliões na avenida.

E a folião não tem idade. Carine Gomes, 27 anos, levou a filha Giovana, de cinco anos, e o filho Miguel, de três anos, para seguir o bloco. Para ela, essa é uma oportunidade de mostrar para eles a tradição do Carnaval teresinense. “Não fiquei nem um pouco receosa de trazê-los, porque eu sei que é um evento organizado, seguro e que vale muito à pena. Dá para reunir toda a família”, diz Carine.

Carine Gomes levou os filhos pela primeira vez para ver o desfile

E não só a família. O Capote da Madrugada vira ponto de encontro de amigos também, como é o caso da turma reunida por Viviane Vieira. Nascida em Brasília, mas morando em Teresina há 12 anos, ela diz que vê no desfile do bloco uma chance de reencontrar pessoas queridas e celebrar o Carnaval de forma sadia. “Somos 12 aqui hoje, e já trouxemos nossos filhos também, para eles começarem a sentir o quanto faz bem essa diversão”, diz.

Mas no Capote da Madrugada, se celebra não só a amizade, mas também o amor. O bloco uniu, no ano passado, uma teresinense e um pernambucano que tinham em comum a paixão pelo Carnaval. Layana Araújo e Rodrigo Góis se conheceram no desfile de 2015 e aproveitaram a festa deste ano para comemorar a união.

“Para nós tem um significado especial, porque foi onde nos conhecemos. Nossa história se mistura com a do bloco e é sempre bom reviver esse momento”, diz Rodrigo. Já Layana afirma que o desfile deste ano está ainda melhor que o de 2015. “Tem mais gente, está mais animado, e a segurança acompanhou esse crescimento, o que é bastante positivo. Nós podemos brincar o Carnaval sem preocupação”, afirma.

Oportunidade

E na passarela do Capote, há ainda aqueles que aproveitam para aliar a alegria ao lucro. É o caso dos vendedores ambulantes que lotam as calçadas da Avenida Dom Severino. Eles vendem desde bebidas a adereços para as fantasias de Carnaval e levam mais cores para a avenida. Isvaldo Carvalho é uma dessas pessoas que veem no desfile Capote da Madrgada uma forma de conseguir uma renda extra.

Isvaldo Carvalho aproveita a folia para conseguir uma renda extra

Morador do Alto da Ressurreição, ele conta que atravessou a cidade em uma motocicleta para conseguir ficar em um bom lugar na avenida para vender suas bebidas. “Eu sou representante comercial, é meu emprego fixo. Mas nós nunca podemos deixar de aproveitar as oportunidades, e sempre que tem um desfile, um bolo passando pela rua, nós vamos atrás para conseguir um extra. Nesses tempos, é necessidade. Mas a gente acaba se divertindo também”, diz Isvaldo.

Ele acrescenta ainda que consegue até R$ 1.500,00 em um feriado de Carnaval vendendo bebidas aos foliões.

Organização

Em conversa com o PortalODia.com, o vice-presidente Capote da Madrugada, Valdo Alves. Disse que as pessoas devem ir para avenida cientes de que vão poder brincar o Carnaval com segurança. O bloco leva este ano para a rua uma banda com 28 músicos tocando frevo e marchinhas de Carnaval, quatro mini trios elétricos, vários bonecos gigantes, além da alegoria do Capote.

“É festa, animação e nós queremos que isso cresça a cada ano. Nossa intenção é fazer com que as pessoas se divirtam de maneira segura e saudável. O resultado é uma festa bonita como esta”, finaliza Valdo Alves.

Por: Maria Clara Estrêla