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Cerca de 800 ostomizados estão sem receber bolsas coletoras

Problema já dura mais de 30 dias. Além disso, outra determinação do Governo avisa que pacientes do interior não devem receber as bolsas.

26/02/2015 12:19

Há mais de um mês, pacientes do Programa Ostomizado estão sem receber a bolsa para coleta de fezes e urinas. Os pacientes piauienses que são submetidos à cirurgia de estoma precisam se cadastrar no programa e, após o procedimento cirúrgico, deverão receber 10 bolsas por mês no Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo (Cisla), centro de Teresina.

De acordo com o presidente da associação dos ostomizados do estado do Piauí, Manoel Osterno da Silva, mais de 800 piauienses precisam desse atendimento. “É de competência do Estado fornecer essas bolsas aos pacientes, que estão sofrendo constrangimento com esse abandono. Se forem comprar as bolsas, o valor unitário custa cerca de R$ 40 e são 10 por mês. O salário que a maioria recebe não dá para manter esse gasto”, avalia.

As pessoas que realizam esse tipo de intervenção cirúrgica constroem um novo caminho para a saída das fezes ou da urina. A cirurgia é realizada criando um ostoma na parede abdominal pelo qual os dejetos são expelidos. Esse ostoma não poderá ser controlado voluntariamente e é por essa razão que o paciente fica dependente da bolsa coletora.

Além dessa problemática no Lineu Araújo, um processo que corre no Ministério Público do Estado alega que as bolsas distribuídas pela Fundação Municipal de Saúde, órgão que gerenciava o programa, eram de má qualidade. “A limitar foi concedida ainda em 2009, que determinava à FMS a imediata rescisão do contrato com a empresa fornecedora das bolsas de má qualidade”, conta Manoel da Silva. Porém, no final do ano passado, por meio de testes de qualidade com os próprios pacientes, as bolsas tornaram a apresentar problemas, como falta de aderência, vazamento das excreções, mau odor expelido durante o uso e também o curto prazo de duração. “É visível a falta de respeito aos pacientes que necessitam de insumos médicos de qualidade”, desabafa.

Foto: Marcela Pachêco/ODIA

O presidente da associação dos ostomizados ainda denuncia que foi anexado na porta do Lineu Araújo (foto ao lado) uma determinação do Estado em fornecer as bolsas apenas para pacientes teresinenses, excluindo, assim, os moradores do interior. “As bolsas são compradas com verba federal, ou seja, tem que valer para todo o Estado. Além do mais, o único programa ostomizado que existe no Piauí é o do Lineu Araújo. Se for cumprida a determinação, eles não terão outra alternativa a recorrer”, conta Manoel. A medida deverá valer para o próximo lote de bolsas.

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) foi procurada para comentar o caso e avisou que a administração do Lineu Araújo agora é competência da Fundação Hospitalar de Teresina (FHT), mas adiantou que as bolsas para o mês de janeiro já foram pagas. O PortalODia.com entrou em contato com a FHT, que avisou, por meio de nota, que o material está sendo encaminhado para a distribuição.

Confira nota na íntegra: 

A Fundação Hospitalar de Teresina (FHT) entrou em contato com os fornecedores das bolsas de colostomia do programa, que funciona no Lineu Araújo, na manhã de hoje (26) e o material já está sendo encaminhado para distribuição. A Fundação esclarece que a entrega das bolsas é garantida para todos os usuários do programa. Sobre o processo de licitação e empenho do material ter sido realizado pela FMS,  a FHT explica que isso se deve ao período de transição da gestão do Lineu Araújo para a Fundação Hospitalar, que aconteceu a pouco mais de um mês.

Edição: Nayara Felizardo
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