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Casas do Residencial Jacinta Andrade são vendidas por até R$ 5 mil

Líder comunitária denuncia que uma "˜quadrilha de corretagem"™, formada por alguns moradores da região, especula os imóveis para vender

18/03/2015 07:01

Uma realidade cada vez mais comum de ser observadas nos residenciais da capital é a venda dos imóveis de forma irregular. No Residencial Jacinta Andrade, zona Norte de Teresina, não é diferente. As residências, construídas com repasses do Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), visa contemplar pessoas de baixa renda e que se encontram em situação de vulnerabilidade social. 

Foto: Assis Fernandes/ODIA

Entretanto, as casas que deveriam ser destinas às pessoas carentes, muitas vezes, são adquiridas por quem não necessita. A líder comunitária Anísia Teixeira denuncia que alguns imóveis estão sendo alugados ou vendidos por preços irrisórios. Além disso, segundo Anísia, haveria ainda uma ‘quadrilha de corretagem’, formada por alguns moradores do bairro.

“Se uma pessoa que ganhar uma casa não vier morar, essa quadrilha contrata esse pessoal que fica especulando. Aí a pessoa acaba vendendo a casa, por R$ 5mil, R$ 10 mil, e eles ganham um percentual em cima desse valor. Desde o começo do Jacinta Andrade, tem isso e eu já denunciei para a ADH [Agência de Desenvolvimento Habitacional], para a polícia, mas ninguém está nem aí. A única implicância é com quem ocupa a casa”, disse. 

Anísia explica que deveria ser feito um levantamento de todas as pessoas contempladas; porém, a ADH só tem a lista de quem ocupou os imóveis de forma irregular. Para ela, há uma injustiça nas ordens de despejos que são emitidas, pois muitas famílias que compram um imóvel do Minha Casa, Minha Vida são carentes. 

“Enquanto tem comerciante com quatro casas, que destruiu e fez ponto de comércio, tem uma mãe com sete filhos e mais um na barriga que não tem onde morar, e vem para cá saída de uma invasão, sem nenhuma expectativa de vida, e vem para cá tentando ter um sossego, não tem direito. Se eles [ADH] disseram que vão tirar todas as pessoas e dar para os ocupantes, tudo bem, porque eles é que realmente precisam, apesar de que tem gente que compra sem precisar; por isso, é preciso uma investigação”, argumenta. 

A líder comunitária pede que seja feita justiça e que quem foi contemplado sem necessidade ceda para quem realmente precisa do imóvel. Para isso, Anísia pede apoio do Ministério Público e mais fiscalização por parte da Agência de Desenvolvimento Habitacional. Ela relata que essas e outras reclamações dos moradores estão sendo levantadas e serão apresentadas durante uma audiência na próxima semana. 

Mais denúncia 

No dia 9 de março, uma família teria sido ameaça por policiais militares para desocupar um imóvel. A líder comunitária explica que a casa da prima de um policial estava sendo ocupada por alguns moradores, e que o PM adentrou o imóvel agredindo os ocupantes, acompanhados de mais quatro policiais, todos com armas em punho. “Foi alegado que havia uma ordem de despejo, mas a que há são de 160 famílias. A polícia não tem que intervir contra isso, porque isso é um problema social, quem tem que fazer alguma coisa é a Prefeitura e o Estado”, defende.

Mais informações na versão impressa do Jornal O Dia desta quarta-feira (18).

Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia
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