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Borderline faz com que pessoas vivam constantes alterações de humor

O transtorno é responsável por cerca de 10% de pacientes em atendimento psiquiátrico e 20% de pacientes com necessidade de internação

20/10/2014 07:01

Como você se sentiria se acordasse todos os dias em um corpo diferente daquele do dia anterior? Não saber exatamente do que gosta ou não gosta nem ter domínio sobre seu humor. Além disso, carregar em si um sentimento de vazio existencial. Talvez você possa até dizer: �€˜eu já me sinto assim!�€™, mas a verdade é que ninguém mais que um Borderline poderia entender toda essa situação.

O distúrbio de personalidade borderline (DPB) ou Transtorno de Personalidade Limítrofe é um dos transtornos mentais mais nocivos. Ele é responsável por cerca de 10% de pacientes em atendimento psiquiátrico e 20% de pacientes com necessidade de internação. Uma característica o DPB é a instabilidade na vida do paciente, principalmente quando se trata de relacionamentos pessoais. Os pacientes DPB também têm dificuldade de controlar seus impulsos e moderar as emoções.

Foto: Jailson Soares/O Dia


Segundo o psiquiatra Marcelo Amorim, o transtorno aparece normalmente na adolescência

Comportamento imprevisível

Os relacionamentos íntimos desses pacientes são quase sempre tumultuados e comprometidos por comportamentos altamente imprevisíveis que podem deixar outras pessoas irritadas e assustadas. Um exemplo bem conhecido, embora dramatizado, é a personagem de Glenn Close no filme �€˜Atração Fatal�€™. No entanto, apesar da importância, os mecanismos cerebrais que poderiam provocar esse distúrbio, ainda são pouco conhecidos. Além disso, muitas pessoas que se entendem dentro dos quesitos acima, encontram dificuldade para serem avaliados e diagnosticados.

�‰ o caso de Germanno Marques, que sofre com sintomas bem parecidos com os descritos, mas, em todos os casos que recorreu ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) não foi diagnosticado.

�€œJá tentei algumas vezes pelo Caps, mas fui impedido pela burocracia três vezes. Pelo SUS [Sistema �šnico de Saúde] nunca tentei, pois de algum modo quando estamos fora dos momentos de crise não achamos necessário e colocamos isso de lado�€, afirma Germanno.

Psiquiatra afirma que é necessário precisão para o diagnóstico da doença

Não é porque se sente triste que está depressivo, nem porque tem uma alteração de humor que possa se considerar uma pessoa com Borderline. A verdade é que o diagnóstico deste que parece ser um dos mais complexos transtornos não é tão fácil de ser dado. 

Para o médico psiquiatra Marcelo Amorim de Carvalho Lopes, para se diagnosticar uma pessoa com Boderline é necessário um número consistente de dados que possam levar ao mais próximo possível dos critérios formais de manuais psiquiátricos. �€œPara o diagnóstico é preciso de dados bem precisos do paciente. Exige um número grande de informações, inclusive da rede social da pessoa�€, coloca Marcelo.


Veja mais detalhes na edição desta segunda-feira (20) do Jornal O Dia

Por: Francicleiton Cardoso - Jornal O Dia
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