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Bons ventos de julho trazem as pipas aos parques de Teresina

Bem distante dos shoppings e das opções que o mundo tecnológico oferece, meninos e meninas começam o período de férias em afoita algazarra

03/07/2016 09:59

É prazeroso ver a pipa nas alturas, enquanto do chão o menino solta linha, vibrando com os volteios do brinquedo que mais parece uma serpente açoitando os ares, sob o azul intenso do céu de julho. Esse é o quadro que se apresenta pelos parques da cidade, com a liberta algazarra dos que ainda desfrutam de brincadeiras que atravessam gerações – desafiando os avanços da tecnologias. 

Bem distante dos shoppings e das opções que o mundo tecnológico oferece, meninos e meninas começam o período de férias em afoita algazarra pelos parques, praças e campos nos bairros periféricos da cidade, alheios à modernidade oferecida pelos setores mais atualizados com o que acontece no mundo. 

Foto: Elias Fontinele/ODIA

Para Guilherme Alves, não há prazer maior que empinar pipa e vê-la subir ao sabor do vento: “Eu gosto muito. Desde muito pequeno faço desse brinquedo as minhas férias”, diz, enquanto dá início à brincadeira. “Há seis anos que brinco dessa maneira, porque gosto muito e ainda fico fora de casa, vendo as pessoas e os outros meninos soltando suas pipas”, ressalta Guilherme, lembrando que não usa cerol e que acha uma bobagem esse procedimento, “porque pipa foi feita pra gente se divertir.” 

Ele argumenta ainda que todos os meninos precisam ter mais consciência e nunca soltar a pipa em locais onde a fiação pode ser danificada. Guilherme garante que não brinca debaixo da rede elétrica, porque aprendeu que qualquer descuido pode ser fatal. 

Francisco Wellington é pai de Wervton Juan de 4 anos e não dispensa uma brincadeira de pipa com o filho: “Quero que meu filho cresça bem sadio, brincando em parques, vivendo com essas brincadeiras que os mais antigos também faziam. Enquanto eu puder, vou fazer isso para ele. Quando ele não pode vir, por causa da escola, eu venho pois ainda gosto muito de empinar pipa”, diz, enquanto junta algumas mangas verdes para levar “para as meninas comerem com sal.” 

Há seis anos residindo próximo ao Parque Lagoas do Norte, Wellington ressalta a importância dos costumes que a modernidade está engolindo: “Se depender de mim, meu filho não vai ter celular nem computador tão cedo. Espero que ele continue brincando como criança, sem ter que estar obrigado a usar essas tecnologias que, na minha opinião, só atrapalha o desenvolvimento da criança. Lugar criança é nos parques, soltando pipa, jogando pião, jogando bola e peteca”, conclui. 

Adriano Araújo, 13 anos, diz que os primos fazem a pipa que passa a empinar assim que entra de férias, há anos: “Eu gosto muito soltar pipa porque acho uma brincadeira sadia. Eu também sei que não se pode brincar perto da rede elétrica”, diz, lembrando que o mais importante nessa brincadeira é deixar a pipa solta, ao sabor do vento, “mas também a gente tem de ter cuidado, pois alguns ainda usam cerol na linha, o que prejudica a brincadeira da gente”, argumenta. 

Com cabelo a la moicano, Tálisson Vander também é outro garoto amante da pipa e torce para passar ainda muito tempo soltando pipa: “Eu gosto muito, porque aqui em Teresina o vento ajuda na nossa brincadeira, principalmente nos meses de junho em diante”, assinala. “Além disso é um brinquedo barato: a gente utiliza somente pedaços de plásticos, se não quiser utilizar o papel de seda, linha e o talo de coco”, observa, enquanto olha, com total encantamento, a pipa quase desaparecer no céu azul da cidade.
Por: Marco Vilarinho - Jornal ODIA
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