De acordo com um oficial do Agrupamento de
Incêndio, que preferiu não
se identificar, o Corpo
de Bombeiros não possui
estrutura suficiente para
atender todas as ocorrências que chegam até a corporação. Ele afirma que a
atual estrutura do quartel é
suficiente para atender um
contingente populacional
de apenas 70 mil habitantes, ou seja, menos de 10%
da atual população de Teresina, que possui pouco
mais de 847 mil habitantes.
“Nós só temos 300 militares em todo o Estado.
Quando temos que atender alguma ocorrência em
locais distantes, como na
Santa Maria da Codipi ou
na região do Conjunto Dirceu, nós já vamos desanimados, porque sabemos
que não vamos chegar a
tempo”, relata.
Antônio Nascimento tenta apagar fogo que invadiu seu sítio (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
Além disso, o oficial revela que a corporação não
possui os equipamentos
necessários para todos
os oficiais de serviço, incluindo capacetes, luvas e
roupas específicas de proteção. “Nós só temos dois
caminhões operando para
combater incêndios e duas
caminhonetes menores,
que agem com uma bomba
e desrespeitam as medidas
de segurança impostas pelo
Contran, porque aquele
equipamento deveria vir
de fábrica e não ser instalado posteriormente. Nós
não temos equipamentos
individuais, nossos uniformes estão todos vencidos,
não temos capacetes e luvas para todos que estão de
serviço”, conta.
O professor Antônio
Nascimento teve no seu sítio, localizado na BR-343,
saída Leste de Teresina,
atingido pelas chamas ontem (13). Ele conta que,
todos os anos, sofre com
incêndios, mas não aciona
o Corpo de Bombeiros por
não acreditar que o órgão
tenha uma estrutura adequada para atender todos
os chamados.
“O Corpo de Bombeiros
não tem a mínima condição
de atender essa quantidade
de chamadas. Nós ligamos
para eles ontem, porque tinha fogo de um lado e do
outro da BR, eles ficaram
olhando e disseram que
não podiam resolver. Eles
têm até boa vontade, mas
não têm equipamentos suficientes para atender todo
mundo. Nós nem ligamos
para eles, porque eles não
têm como resolver”, revela.
Por outro lado, o major
Egídio Leite argumenta
que o Corpo de Bombeiros possui estrutura física
e de bombeiros suficientes
para atuar em toda a Capital. “Nós temos viaturas
novas, adquiridas nos últimos anos, temos um efetivo reforçado de 20 oficiais
em serviço, três viaturas de
grande porte de incêndio,
duas de pequeno porte e
acreditamos que, nos pró-
ximos dias, o número de
ocorrências poderá ser diminuído”, justifica.
Edição: Virgiane PassosPor: Nathalia Amaral - Jornal O Dia