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Benefícios e falhas do novo sistema de transporte coletivo dividem opiniões

Entre críticas, novas sugestões e aprovação, os passageiros buscaram se enquadrar e entender as mudanças.

25/01/2015 09:13

A primeira segunda-feira após as novas alterações no sistema de transporte público da Capital foi o dia em que os usuários de transporte público mais apontaram dúvidas e reclamações acerca do novo método. Bastava ir a qualquer parada de ônibus em Teresina para escutar murmurinhos em polvorosa a respeito das recentes mudanças. A equipe do Jornal O Dia percorreu algumas rotas, após a instalação da nova integração, para entender como o público analisa o mais recente sistema.

Entre críticas, novas sugestões e aprovação, os passageiros buscaram se enquadrar e entender as mudanças. A universitária Gorete Carvalho analisou positivamente o novo sistema. Ela estuda na Universidade Federal do Piauí (UFPI), no curso de Agronomia, mas mora no município de José de Freitas. A rota da estudante quase sempre exige a necessidade da integração de ônibus, já que, muitas vezes, ela se desloca da universidade para outra zona da Capital, onde mora sua tia. Com o novo sistema, o ônibus mais utilizado por Gorete ganhou reforço na frota.

�€œEstava acostumada a pegar o 401 superlotado e também com uma demora muito grande na parada. Hoje, o ônibus estava cheio, mas com espaço para sentar e também não demorou a passar. Já cheguei há ficar uma hora na parada a espera de ônibus e, com essa mudança, não passei nem 15 minutos�€, avalia. Ela usa a integração através do passe estudantil eletrônico.

Há ainda outros dispositivos que possibilitam a integração, que atualmente só pode ser realizada através de cartão, como é o caso do vale transporte eletrônico para o trabalhador, e o cartão de integração ao custo de R$6,30, em qualquer um dos postos do Setut, distribuídos em todas as regiões da cidade. Com os cartões, as recargas podem ser realizadas, possibilitando o uso da integração.

Já para a estudante de Serviço Social da UFPI, Betina Barros, que utiliza o passe estudantil e mora no bairro Promorar, Zona Sul de Teresina, mesmo com as alterações, a integração ainda segue sendo uma prática difícil de ser posta em prática. �‰ que a jovem ainda depende das linhas que não entraram no sistema de integração, as chamadas linhas diametrais, são elas: Poti Velho-Belavista, Mocambinho-Porto Alegre, Mocambinho-Promorar e os circulares Universidade 1 e 2, Rodoviária 1 e 2.

Fotos: Jailson Soares/ODIA

�€œAté posso esperar ônibus com integração para a minha área, que é o Promorar-Miguel Rosa, mas ele demora uma vida. Tenho horário na universidade. Assim, eu fico forçada a pegar dois ônibus, sem integração. Pago duas passagens diariamente�€, conta a jovem.

O também estudante Alisson Herbert de Sousa, afirmou não ter encontrado vantagens com a implementação. �€œFique quase duas horas esperando um ônibus até o Centro. Pode ser que as mudanças tragam algum benefício, mas hoje eu fui prejudicado�€, conta. Como o relato do estudante, vários foram os comentários que destacaram a demora mais que habitual do transporte coletivo nos primeiros dias da circulação das empresas de consórcios.

Na visão do motorista que há oito anos se dedica a profissão, José Clei, os atrasos foram consequência das novas rotas que os profissionais não estavam habituados. �€œMuitos motoristas pegaram trechos que nunca haviam percorridos, e por isso acarretou todo esse atraso. Mas as pessoas tem que saber que toda adaptação é complicada, mas deveriam ter treinado essas rotas anteriormente com cada um de nós�€, afirma.

Para a vendedora Ana Paula, que trabalha no Centro da cidade, mas mora no bairro Mocambinho, na zona Norte, não existiu demora na espera do transporte que, segundo ela, até cresceu na frota. �€œAdorei as mudanças. �‰ muito rápido chegar em casa, já que três empresas fazem a minha rota, antes, era só uma�€, contou.

A previsão é que, já para esta segunda semana de validação do novo sistema, os atrasos sejam reduzidos e o público ao invés de perder, ganhe tempo com o transporte. 


Matéria especial sobre o novo sistema de transporte coletivo da capital pode ser lida no caderno DOMINGO do jornal O DIA  de hoje (24).

Por: Glenda Uchôa- Jornal O DIA
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