Após as denúncias da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última semana, os consumidores estão mais receosos em comprar carne nos grandes supermercados da cidade. Isto porque é nestes estabelecimentos onde há a comercialização de alimentos fabricados por algumas das 40 empresas que estão sendo investigadas no esquema de comercialização de alimentos produzidos sem a devida fiscalização sanitária. Diante da incerteza, os teresinenses estão recorrendo aos mercados de bairros, bem como aos frigoríficos de menor porte e mercados públicos.
A servidora pública Conceição Mendes diz que, se de fato essas irregularidades nas carnes são verdadeiras, é uma falta de respeito da empresa com os consumidores. Ela não tem costume de comprar carne em grandes supermercados e diz que prefere as carnes populares dos mercados.
Já a promotora de vendas, Evangelina Portela, afirma que a polêmica da Operação fez com que ela reduzisse o consumo da carne vermelha e aumentasse o consumo de frango e peixe. “Eu fiquei com medo, agora estarei mais atenta e reduzirei o consumo de carne vermelha. Vou aumentar o consumo de peixe e frango, pois tenho mais confiança. Já não comprava muito embalado, agora vou evitar de vez, compro mais os que ficam expostos, que vêm dos matadouros do Estado”, diz ela.
O vendedor Marcos Batista também ficou mais temeroso de comprar as carnes de grandes marcas. Ele opta por comprar a carne em pequenos mercados de bairro, porque, além de ser mais próximo para a família, ele tem a garantia de que é uma carne fresca. “Nos açougues, todo os dias, eles pegam um boi para vender, têm carne fresca para oferecer”, enfatiza.
Aparência pode indicar má qualidade
Na hora de comprar carne, o consumidor deve ficar alerta e buscar saber se o produto foi devidamente fiscalizado. De acordo com a nutricionista Iana Fernandes, detalhes na estrutura e a aparência do alimento são determinantes para evitar o consumo de carne estragada.
“A primeira coisa que a pessoa deve fazer é conferir se a carne vem de uma origem segura, através do selo de inspeção sanitária que vem no alimento. Depois, ela deve verificar a coloração da carne, observar se a carne está com a cor avermelhada, que é a cor ideal, ou se ela está com uma cor preta, marrom, enfim, uma coloração diferente da vermelha. Se tiver, a pessoa não pode comprar, porque ela está estragada. O odor também é um ótimo indício de podridão. Se tiver com um odor azedo e diferente do cheiro comum da carne, a pessoa não pode consumir”, orienta a nutricionista.
Além desses cuidados que podem ser constatados de imediato, Iana também faz orientações relacionadas à textura da carne. “É importante pedir à pessoa que está manipulando a carne para colocar os dedos (com as luvas) sobre o alimento e apertar um pouco. Se ela estiver muito solta, significa que não está em uma qualidade adequada. A carne deve ter um aspecto firme e sem sair água ou qualquer outra substância estranha. Outro detalhe interessante é já pedir a carne cortada no formato que a pessoa deseja. Por exemplo, se ela quiser a carne moída, pede a carne fresca e mói na hora, porque é mais rápido e a pessoa já guarda, evitando que a carne se deteriore rapidamente”, recomenda. Observar se a carne não tem um gosto estranho também é fundamental, porque pode acontecer de ela estar aparentemente boa e sem odor, mas estar estragada.
Manejo
O consumidor também deve estar atento ao período que a carne chega no supermercado e ao prazo de validade que ela possui, bem como à forma de armazenamento que ele próprio faz ao chegar em casa. A nutricionista alerta que não pode passar muito tempo sem consumir a carne após a compra e que o consumidor deve evitar tirar uma parte da geladeira, descongelar e voltar novamente para o congelador. Por isso, o indicado é separar o alimento em porções.
Edição: Virgiane PassosPor: Karoll Oliveira