Apesar dos teresinenses
discordarem, a partir de julho, começa a chegar às residências dos teresinenses a
cobrança da taxa pelo recolhimento do lixo, aprovada
pelos vereadores durante
sessão realizada no dia 15
de dezembro do ano passado. Apenas imóveis isentos
de pagar o Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU) e
com valor venal de até R$ 45
mil estão livres da taxa, assim
como os órgãos públicos. O
cálculo será feito por metro
quadrado da área do imóvel
e a previsão é arrecadar R$ 7
milhões.
Sistema de coleta de lixo deve ser autossustentável (Foto: Arquivo O Dia)
A cobrança da taxa do lixo
está prevista no Novo Código Tributário do Município
de Teresina, em Lei Complementar n° 129/2016, projeto
enviado à Câmara de Vereadores pela gestão Firmino
Filho, e aprovado por unanimidade. De acordo com a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, instituída pela Lei
nº 12.305/2010, o sistema de
coleta de lixo deve ser autossustentável e a competência
para gerir a coleta de lixo é dos municípios.
Segundo Alexandre Castelo Branco, coordenador especial da Receita Municipal,
a cobrança da taxa chegará às
residências com vencimento
da cota única em julho, mas
que poderá ser parcelada em
seis vezes, caso a pessoa faça
a opção. "O valor será calculado por metro quadrado.
Por exemplo, um imóvel de
50 metros quadrado pagará
R$ 25/ano; um de 100 metros
quadrados, R$ 50/ano, correspondendo R$ 4 e uns centavos
por mês", acrescenta.
Para Alexandre Castelo
Branco, ao contrário do que
muitas pessoas pensam, os
serviços de coleta de resíduos sólidos não devem ser,
obrigatoriamente, custeados
com os recursos provenientes da cobrança IPTU. Aliás,
diz ele, a arrecadação do
IPTU nem dá para cobrir os
custos com a coleta de lixo da
cidade.
IPTU não é necessariamente pago para limpeza
urbana, diz coordenador da Receita Municipal
Em recente entrevista ao
PortalODIA.com, o coordenador especial de Receita Municipal argumentou que o IPTU,
assim como o ISS e o ITBI,
gera recursos que podem ser
utilizados para quaisquer necessidades, como os investimentos em Saúde, Educação,
asfalto - que geralmente é muito associado ao IPTU -, além
de limpeza urbana, construção
de praças e outros. Então, o
IPTU não é necessariamente
pago para a limpeza urbana.
"O que podemos afirmar é
que os recursos do IPTU não
são suficientes para pagar nem
a limpeza urbana. Pois, a arrecadação esperada de IPTU
para o ano inteiro, considerando as ações de cobrança e
créditos de anos anteriores, é
de R$ 70 milhões; enquanto
a despesa com o lixo no ano
passado foi de R$ 74 milhões.
Ou seja, o IPTU deste ano não
paga as despesas com o lixo do
ano passado", enfatiza Alexandre.
A estimativa da Prefeitura é
que sejam arrecadados, com
a cobrança da taxa do lixo na
Capital, apenas R$ 7 milhões
por ano, o que corresponde a
menos de 10% do que é gasto
anualmente pelo órgão municipal com o recolhimento do
lixo residencial. E estão isentos da taxa, conforme Alexandre Castelo Branco, imóveis
avaliados em até R$ 45 mil, o
que corresponde aproximadamente a 102 mil unidades.
"Apenas 130 mil domicílios
estão na faixa do pagamento
da taxa de lixo", acrescenta ele.
Teresinenses são contrários
à cobrança de mais uma taxa
O teresinense, que passará
a pagar uma taxa pelo recolhimento do lixo domiciliar, a
partir de julho, não gostou da
ideia e manifestou insatisfação
pela iniciativa da Prefeitura de
Teresina e da Câmara de Vereadores, que aprovou a mudança
da regulamentação do Código
Tributário da capital piauiense.
O aposentado José Costa
Alves de Oliveira, que mora
no bairro Santa Bárbara, zona
Sudeste de Teresina, não concorda com a taxa e diz ser mais
um encargo para o cidadão.
Para ele, o assalariado não consegue nem pagar as contas para
sobreviver, muito menos pagar
pelo lixo que produz. O comerciário José Maria Paulo Gomes,
que mora no conjunto Bela
Vista, na zona Sul, compartilha
da mesma opinião. Entende
que não é justo pagar mais um
imposto, basta o IPTU que
paga todos os anos.
Para o aposentado Galvão
Ferraz, do bairro Vale do Gavião, na zona Leste, no Brasil,
não adianta ser contra isto ou
aquilo, afinal, diz ele, quem
manda são os gestores. A dentista Ana Rosana, do bairro
Cristo Rei, na zona Sul de Teresina, acha um absurdo pôr mais
uma taxa. "É como morar de
aluguel, taxa e mais taxa", enfatiza, ao reclamar da iniciativa
da gestão municipal por impor
a taxa de lixo.
Por: LuÃs Carlos de Oliveira