Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Apesar da crise nacional, Piauí tem saldo positivo na geração de emprego

De fevereiro a junho deste ano, o Estado registrou um total de 918 admissões, o que representa um saldo positivo de 0,32%

29/07/2015 06:59

Com a crise econômica atingindo o Brasil, muitos empresários estão sendo obrigados a demitirem seus funcionários como forma de conter gastos. No Piauí, os setores que mais desligaram empregados foram nas áreas de construção, comércio e serviços. Contudo, apesar do momento difícil que se encontra a economia brasileira, o Piauí teve saldo positivo, de 0,32%, na geração de empregos. Os dados compreendem ao período de fevereiro a junho deste ano, quando o Estado teve um total de 918 admissões. Todavia, o mês de junho teve a maior baixa, com -0,29%. 

O gerente de intermediação do Sistema Nacional de Emprego no Piauí (Sine-PI), Rafael Torres, relata que a crise econômica no Estado não está tão crítica quando comparada a outras localidades, vez que o Piauí teve apenas um mês, durante o primeiro semestre deste ano, com índice negativo. 

“O mês foi justamente junho, que ficamos com índice de -0,29%, com um total de 879 demissões. O setor que mais demitiu não é segredo, que foi na área da construção civil, serviços e comércio, até porque o Piauí é movimentado nestas três áreas. E os que mais contratam são os mesmos, então fica a compensação e acabamos ficando com um saldo positivo”, disse. 

Rafael Torres destaca que o Piauí gira em torno do comércio e, apesar da crise nacional, o Estado está caminhando na contramão, ou seja, encontra-se em uma fase boa. Ele acrescenta ainda que, “se o comércio não vai bem, a indústria não vai bem, porque não vai produzir; os setores de serviço também vão diminuir. Na minha opinião, a crise só acontece porque as pessoas têm medo. Se a pessoa não compra, ela enfraquece o comércio; se o comércio enfraquece, aí vão ter demissões”. 

Foto: Elias Fontenele/ ODIA

Marcos Antônio Sousa, de 24 anos, é natural da cidade de Amarante e trabalhava em um depósito de material de construção. Assim como ele, outros funcionários da empresa foram demitidos por conta da crise econômica que afeta o País. Ele foi demitido há dois meses, mas já conseguiu um novo emprego; porém, em uma área completamente distinta. 

“As empresas da área de construção dizem que não está entrando dinheiro; por isso, tem que fazer a redução do pessoal, cortando direto os funcionários. Alguns colegas já conseguiram emprego, outros ainda não. Eu mesmo busquei outra área e vou trabalhar em restaurante. Não era o que eu queria, mas o emprego atual sempre é o melhor, e é melhor ter esse que não ter nenhum”, fala. 

O mesmo aconteceu com Manoel Francisco de Sousa Filho, de 25 anos, que trabalhava com terraplanagem, também na área da construção civil, mas na cidade de Goiânia-GO. Há um mês, ele perdeu o emprego; entretanto, optou por dar entrada no seguro-desemprego e ficar um período afastado do mercado de trabalho. 

“Em Goiânia mesmo, estão demitindo muitos funcionários, tanto que as obras estão paradas, e o jeito é procurar outra área para não ficar sem emprego. Eu vou ficar parado um tempo e estudar para concurso, porque essa área já não está rendendo; então, eu prefiro buscar algo mais garantido do que depender de um trabalho incerto”, argumenta.

Vagas para deficientes não são preenchidas 

 As empresas precisam destinar um percentual de suas vagas de trabalho para pessoas com deficiência. Todavia, algumas empresas não estão conseguindo cumprir essa medida. De acordo com Rafael Torres, gerente de intermediação do Sine-PI, isso se deve à falta de capacitação dos empregados. 

“Uma empresa solicitou 10 vagas para vigilante, mas dentro do banco de dados só encontramos uma pessoa apta. As empresas estão precisando, mas estão precisando de pessoas que tenham, não somente experiência, mas uma qualificação, cursos profissionalizantes e outras coisas. Estão tendo contratações, mas não como queríamos”, disse. 

O gerente de intermediação destaca que não basta a empresa contratar uma pessoa com deficiência apenas para cumprir a cota necessária, ela precisa de um profissional que atenda à demanda e alguém que tenha capacitação na área. “É por isso que há esse déficit, porque é difícil encontrar um profissional para suprir essa vaga”, frisa. 

Novas oportunidades 

O Sine-PI, atualmente, oferece mais de 150 vagas para áreas diferentes. Segundo Rafael Torres, muitas pessoas que são demitidas e dão entrada no seguro-desemprego preferem ficar recebendo o benefício a ocupar um novo posto de trabalho. 

“Fica muito difícil colocar essas pessoas no mercado de trabalho novamente, o que é um grande erro, porque a pessoa fica desatualizada”, pontua o gerente de intermediação do Sine-PI, acrescentando que, somente em julho, foram feitas mais de 500 captações de vagas, além de ofertar também vagas na área de call center.

Por: Isabela Lopes- Jornal O Dia
Mais sobre: