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Animais silvestres são exterminados nas redondezas do bairro Poti Velho

O cágado-de-barbicha corre risco de desaparecer da fauna local devido ao grande índice de atropelamentos.

10/02/2017 09:20

O cágado-de-barbicha, espécie nativa da América do Sul, é comumente encontrado no bairro Poti Velho, zona Norte de Teresina. No entanto, a espécie corre risco de desaparecer da fauna local devido ao grande índice de atropelamentos, causados pela falta de atenção dos motoristas e da sinalização precária das vias da região. Desde o início de janeiro, já foram encontrados cerca de 30 cágados atropelados na Avenida Boa Esperança, principal via de acesso ao Parque Ambiental Encontro dos Rios.

 A ambientalista e presidente do Instituto Socioambiental Cágado de Barbicha (Cabar), Jaqueline Lustosa, explica que, com o início do período de chuvas, os cágados começam a movimentar-se, aumentando, assim, o risco de atropelamentos. Segundo ela, é no período de chuvas em que há o maior número de atropelamentos dos animais, devido à falta de sinalização horizontal e a má iluminação das vias.

“Quando começa a chover, eles se movimentam, é um comportamento comum da espécie. Como não há sinalização nas pistas e a iluminação à noite é muito ruim, esses animais acabam sendo atropelados, especialmente por turistas ao virem para o Encontro dos Rios e não terem conhecimento sobre a fauna local”, explica.

Atropelamentos são recorrentes na Avenida Boa Esperança (Foto: Moura Alves/O Dia)

O principal ponto de atropelamentos de cágados-de-barbicha é a Avenida Boa Esperança, via de acesso ao Parque Ambiental Encontro dos Rios. Na avenida, é possível observar corpos de cágados atropelados por toda sua extensão. Para evitar os atropelamentos, alguns moradores residentes no Parque Lagoas do Norte e ambientalistas retiram os animais da pista e levam para um local seguro. “Quando chove, a gente vem até aqui para retirar esses animais da pista. Nós os recolhemos e colocamos em um local seguro até passar o período de chuvas”, relata Jaqueline Lustosa.

Para os ambientalistas, a situação é preocupante, pois há uma redução visível da quantidade de espécimes observados e acompanhados pelas entidades de proteção ambiental. “Nós não vemos mais tantos espécimes como víamos há alguns anos e os atropelamentos são a principal causa de extermínio desses animais. Não tem como nós avisarmos para os animais não passarem na pista; por isso, pedimos para os motoristas terem mais atenção ao vir para essa região”, lamenta a presidente do Instituto Cabar.

Por: Nathalia Amaral - Jornal O Dia
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