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Animais podem apresentar crises nervosas por conta de fogos de artifícios

No mês de junho, a prática de soltar fogos se torna mais comum devido às festas tradicionais do período

21/06/2019 08:13

Com a chegada do período junino, é comum o uso de fogos de artifícios, bombas, foguetes, estalos e outros artefatos de pólvora em festas de quadrilha. Mas, soltar esses explosivos em locais inapropriados e próximo de pessoas e animais pode ser perigoso. Para os animais, o barulho pode incomodar e causar alguns transtornos, podendo até levar a morte em caso de doenças cardíacas. 

O médico veterinário Tito Luiz explica que os fogos de artifícios comuns, em sua grande maioria, geram sons que podem ser ouvidos a quilômetros, assustando principalmente os animais, já que eles têm a audição muito mais apurada do que a do ser humano. Isso pode levar a crises nervosas, convulsões, fugas, e até morte no caso de animais com doenças cardíacas.

Mas, segundo o especialista, o mercado já oferece opções de fogos de artifícios que não emitem som. “Assim, podemos apreciar apenas as imagens criadas sem o incômodo do barulho, poupando dos transtornos tanto os animais como bebês recém-nascidos, pessoas doentes, entre outros”, comenta, destacando que, em algumas cidades, já está proibindo o uso de fogos de artifícios que produzem barulho. 

Animais podem apresentar crises nervosas por conta de fogos de artifícios. (Foto: Arquivo O Dia)

Ainda de acordo com Tito Luiz, existem algumas alternativas para deixar os animais mais familiarizados com os barulhos causados pelos fogos de artifícios, reduzindo assim o estresse causado e riscos à saúde. O médico veterinário explica que o ideal é fazer uma dessensibilização de longo prazo, ou seja, acostumando o animal com barulhos que ele vai ouvir durante a vida, como de trovões, motos, buzinas, entre outros.

“Quanto mais cedo na vida do animal se iniciar esse processo, melhor o resultado. É importante lembrar que essa dessensibilização sempre deve ser acompanhada por um profissional em comportamento animal”, reforça. Não tendo sido feito esse processo, é possível ainda adotar algumas medidas paliativas para amenizar a reação dos animais, como tampar os ouvidos com algodão, deixá -los em um ambiente fechado, caso o animal esteja acostumado, e colocar som ambiente interno, como música ou deixar a TV ligada. 

É muito comum buscar algumas técnicas, como amarrar uma faixa envolvendo o animal, mas segundo o médico veterinário, nem sempre isso resolve o problema. Ele comenta que essa é uma técnica usada para amenizar a situação que pode ser associada a outras medidas paliativas. “Os cães aceitam melhor essa técnica do que os gatos, mas pode ser testada em ambos. O nome da técnica é Tellington Ttouch e consiste em passar uma faixa larga de tecido em volta dos ombros e tórax do animal, de modo que gere uma sensação de proteção”, frisa. 

O comportamento de cada animal será de acordo com sua espécie e características, podendo os animais apresentarem reações diferentes em situações semelhantes. “No caso dos cães, eles demonstram mais medo e sentem necessidade de ter alguém por perto para se sentir seguro, enquanto que os gatos, por serem mais independentes, apesar de também sofrerem com o barulho dos fogos, podem apenas procurar um local seguro para se esconder”, finaliza o médico veterinário Tito Luiz.

Por: Isabela Lopes
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