Em revistas feitas em presídios do Piauí, foram encontrados indícios da atuação da facção criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação é do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários e Servidores Administrativos das Secretarias da Justiça e Segurança do Piauí (Sinpoljuspi), Vilobaldo Carvalho. Contudo, o secretário Estadual de Justiça, Daniel Oliveira, alega que não há confirmação da atuação dessa ou de outras facções criminosas em presídios do estado.
Um levantamento do jornal O Globo traçou o mapa das facções no Brasil e identificou cinco organizações criminosas atuando no Piauí. Além do PCC e do Bonde dos 40, facções com atuação nacional, existem ainda o Primeiro Comando de Campo Maior, o Primeiro Comando de Esperantina e a Facção Criminosa de Teresina.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
O presidente do Sinpoljuspi destaca que não há dúvidas de que facções atuam no estado há bastante tempo, e pontua que já foram encontrados materiais que comprovem a existência delas dentro de unidades prisionais piauienses. “Já foram apreendidos estatutos do PCC em vistorias que foram feitas nos presídios, e também recebemos informações de que foram realizados os chamados batismos, para inserir criminosos nessas facções. Isso não é novidade para ninguém. Existem facções estruturadas e organizadas, que surgiram dentro ou fora do sistema por conta da omissão do Estado”, afirma Vilobaldo Carvalho.
No entanto, o secretário de Estadual de Justiça, Daniel Oliveira, argumenta que não há conhecimento da atuação dessas facções no Piauí, e destaca que, para a estado, o foco está no tratamento dado ao detento individualmente, independentemente da existência dessas organizações criminosas. “Não identificamos e não reconhecemos a existência de nenhuma facção aqui no Piauí. Nosso objetivo é tratar o detento como preso. Não nos interessa se existe facção, até porque nós reconhecemos que essas organizações, nos moldes que chegam nos outros estados, não está presente no Piauí”, afirma.
Hoje, a Sejus se reuniu com representantes do Tribunal de Justiça do Piauí, Ministério Público do Piauí, Defensoria Pública do Piauí, Secretaria de Segurança Pública e OAB para discutir a atuação conjunta das instituições ligadas ao sistema penitenciário. No encontro foi tratado sobre o plano de investimentos do estado – incluindo a construção de novas unidades penais e a estruturação das já existentes –, procedimentos de segurança para prevenir e reprimir distúrbios nos presídios, equipamento e modernização das penitenciárias, além do reforço nas equipes de agentes penitenciários e policiais militares, vistorias e revista, monitoramento, inteligência e proteção externa.
Edição: Nayara FelizardoPor: Nathalia Amaral