Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Acusado de mandar matar deputado é julgado e faz a própria defesa

Advogado Virgílio Bacelar é acusado de ser o mandante do assassinato do deputado Abraão Gomes; crime iria prescrever no dia 27

24/04/2017 11:01

Começou às 9h, no Tribunal do Júri, o julgamento do advogado Virgílio Bacelar, acusado de ser o mandante do assassinato do deputado Abraão Gomes, em 29 de agosto de 1989. O próprio réu atua na sua defesa e faz perguntas às testemunhas, juntamente com outro advogado. A primeira a ser ouvida foi Jarina Pereira de Souza, ex-mulher de Alcides. Ele teria sido contratado por Virgílio para conseguir os pistoleiros.

O deputado Abraão Gomes de Oliveira foi assassinado com um tiro de escopeta na porta de casa, no bairro Planalto Ininga, zona leste de Teresina, ao retornar da Assembleia Legislativa do Piauí. O crime já iria prescrever no dia 27 de maio, por isso o desembargador Sebastião Martins revogou uma liminar que suspendia o julgamento.

Promotor de Justiça João Malato (à esquerda) faz perguntas a uma das testemunhas (Fotos: Moura Alves / O DIA)

De acordo com a denúncia, o advogado Virgílio Bacelar teria sido o mandante do assassinato e negociado com dois executores. O crime teria motivações políticas. As famílias da vítima e do acusado são do município de Porto, na região norte do estado, e seriam adversários políticos naquela região.

Jarina foi interrogada por Virgílio, que perguntou como ela conheceu Alcides. O juiz Antônio Nolleto e o representante do Ministério Público, promotor João Malato, também fizeram perguntas sobre a relação entre a testemunha e o acusado de envolvimento no crime. 

Além de fazer a própria defesa, o réu está sendo assessorado pelo advogado Gilberto Alves Ferreira, que começou a interpelar a primeira testemunha pedindo desculpas pela forma rude como ela teria sido confrontada pelo membro do Ministério Público. A advogado chegou a afirmar que a ex-mulher de Alcides estava sendo vítima de "tortura psicológica".

Familiares da vítima compareceram ao Tribunal do Júri para acompanhar julgamento (Fotos: Moura Alves / O DIA)

Carlos Afonso Gomes, filho da vítima, acompanha o depoimento. “Os familiares temiam que o crime prescrevesse sem que houvesse o julgamento. “Agora estamos confiantes na condenação”, disse.

A segunda testemunha interrogada é o policial militar Raimundo Nonato da Silva Reis, que declarou não conhecer a vítima nem o acusado. Questionado por que foi arrolado no julgamento, o PM disse que não sabia.

O júri é composto de sete pessoas, sendo seis homens e uma mulher. Eles vão ouvir os depoimentos de pelo menos cinco testemunhas. A previsão para conclusão do julgamento é para a meia noite de hoje. No início da noite a promotoria ainda estava se pronunciando sobre o caso.

O juiz Antônio Noleto comanda o julgamento de Virgílio Bacelar (Fotos: Moura Alves / O DIA)

Por: Nayara Felizardo e Cícero Portela
Mais sobre: