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94% das frutas e verduras que chegam a Teresina vêm de outros estados

Com a paralisação dos caminhoneiros e a falta dos produtos, a consequência direta nas mercadorias disponíveis foi a subida de preço.

02/06/2018 09:21

Todos os meses, 37 mil toneladas de frutas e verduras passam pela Nova Ceasa (Central de Abastecimento do Piauí) e vão abastecer empreendimentos e lares teresinenses. Desse total, apenas 6% representam produtos produzidos no Piauí. Este contexto expõe um cenário previsível: durante a greve dos caminhoneiros, com os produtos barrados de chegar à Capital, o desabastecimento foi impossível de ser negligenciado. A dependência de produtos de outros Estados afetou, em diferentes níveis, a vida da população.

Nos lares teresinenses, a opção foi ficar sem algum produto. Nos supermercados, mercadorias sofreram redução e sumiram das prateleiras. Para empresários, a falta de combustível e de produtos afetaram a lucratividade dos empreendimentos.

De acordo com o gerente de mercado da Nova Ceasa, Marcos Massaranduba, é dos Estados da Bahia e Ceará a maioria dos produtos que chegam ao Piauí. No local, são 729 permissionários que dependem de grande parte dos legumes advindos da Bahia, como batata, cenoura, beterraba, maxixe; e do Ceará, grande parte dos hortifrútis. A produção do Piauí é tímida e responsável apenas pela entrada de pequenos produtores de frutas.

O reflexo foi a disparada de preço de alguns produtos, como o tomate e a batata (Moura Alves/O Dia)

Outros estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná também possuem bastante entrada na Central. Com a paralisação dos caminhoneiros e a falta dos produtos, a consequência direta nas mercadorias disponíveis foi a subida de preço. Itens como batata inglesa, que antes o quilo custava R$ 2,50, com o aumento, variou de R$ 5 e R$ 6. Outro produto que teve uma elevação no valor foi o tomate, que tinha o preço normal de R$ 2,50 e quase dobrou de preço.

Para o consumidor, a mudança pesou no bolso. “Eu fazia minha feira com R$ 100 e, agora, eu deixei de levar produtos que não tinha e gastei o mesmo valor. A gente apoia a reivindicação dos caminhoneiros, mas o impacto no preço dos produtos foi muito grande”, explica a aposentada Marlene Freitas.

Na semana de paralisação, o volume de produtos, em toneladas, que entrou no entreposto foi 15% menor do esperado. Após o fim da greve, a gerência de mercado do local informa que os boxes e bancas encontram-se com o abastecimento sendo retomado, gradativamente. “A gente sabe que, se isso continuasse por muito tempo, alguns produtos iam ficam impossíveis de comprar. Isso mostra o quão somos dependentes do que vem de fora. Foi um susto se deparar com essa situação”, finaliza Marlene.

Por: Glenda Uchôa
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