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200 mil servidores devem ser prejudicados com suspensão dos atendimentos

De acordo com o Sindicato dos Hospitais do Piauí (Sindhospi), somados, os valores devidos pelos dois planos de saúde ultrapassam os R$ 15 milhões.

12/01/2017 07:41

Desde a última terça-feira (10), o atendimento aos servidores públicos do Estado está suspenso nos hospitais, clínicas e laboratórios particulares do Piauí. O motivo é o atraso nos pagamentos do Plamta e Iapep Saúde, ligados ao Governo do Estado. A dívida é referente aos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2016. 
Já os segurados do IPMT, plano de saúde vinculado à Prefeitura de Teresina, também foram ameaçados de ficar sem atendimento, já que a administração municipal acumula uma dívida correspondente aos últimos meses de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro. Contudo, apenas um dos hospitais da rede credenciada deixou de atender os segurados do IPMT. As demais unidades credenciadas continuam atendendo estes servidores. A estimativa é que cerca de 200 mil pessoas devem ficar sem atendimentos eletivos, como consultas e exames, enquanto o impasse com os planos de saúde não for solucionado. 
De acordo com o Sindicato dos Hospitais do Piauí (Sindhospi), somados, os valores devidos pelos dois planos de saúde ultrapassam os R$ 15 milhões. E este atraso causa um desequilíbrio fnanceiro na gestão das empresas, o que pode resultar em demissões, além do comprometimento da qualidade dos serviços prestados. 
“Nos últimos meses, estamos financiando o atendimento a esses dois planos por conta do atraso nos repasses. Por conta dessa situação, é melhor não atender e não ter o gasto, do que atender e não receber o repasse”, pontua Jeferson Campelo, presidente do Sindhospi, que garante que o atendimento segue suspenso por tempo indeterminado. 
Além do pagamento dos repasses atrasados, os hospitais também querem que os valores da tabela de atendimento sejam readequados. “Os hospitais passam por uma situação difícil, além do atraso, a tabela dos atendimentos é impraticável, extremamente baixa em relação aos outros centros urbanos”, avalia Jefferson Campelo. 
Transtornos 
Francisco Araújo é um dos servidores que sentiu o impacto da suspensão do serviço. De férias, ele pretendia aproveitar o mês de janeiro para realizar consultas médicas, mas, ao tentar marcar, foi informado que o atendimento através do Plamta está suspenso. 
“Tentei marcar umas consultas, mas não consegui por conta desse problema. Liguei para duas clínicas e fui informado que não há previsão de quando os atendimentos vão ser normalizados”, relata o funcionário público estadual, que decidiu esperar a solução do impasse. “Não tenho condições de pagar em dinheiro. Como é apenas uma consulta de rotina, vou esperar”, completa. 
IPMT e Plamta se mobilizam para regularizar débitos 
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Teresina informou que o IPMT está pagando, de forma imediata, o débito do IPMT Saúde referente ao mês de setembro. O pagamento referente ao mês de outubro deve ser efetuado até o fnal do mês. Já o pagamento referente ao mês de novembro deve ser realizado de forma programada. Ainda de acordo com a Prefeitura, o período para pagamento dos valores referentes ao mês de dezembro ainda não encerrou. 
A Prefeitura de Teresina afirmou também que o contrato do IPMT com os hospitais e clínicas credenciados prevê que para suspenderem os atendimentos, eles devem informar ao IPMT com um prazo de 30 dias. O que, segundo a Prefeitura, não aconteceu. 
Já o Iaspi, órgão responsável pela gestão dos planos de saúde do Governo do Estado, informou que já definiu um calendário para a realização dos pagamentos, que devem ser iniciados a partir do próximo dia 25 de janeiro, quando o sistema de contas do Estado abre. A perspectiva anunciada é que, no dia 20 de fevereiro, seja realizado o pagamento da fatura do mês de novembro e, no mês de março, aconteça o pagamento da fatura referente ao mês de dezembro. 
Ainda de acordo com o Iaspi, o pagamento referente ao mês de outubro de 2016 não ocorreu dentro do prazo previsto de 60 dias por problemas administrativos. Os valores destinados à quitação da dívida já estão assegurados, aguardando apenas a abertura do sistema de contas do Estado para que o pagamento seja realizado.
Edição: Adriana Magalhães
Por: Natanael Souza
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