Desde a última terça-feira
(10), o atendimento aos servidores públicos do Estado
está suspenso nos hospitais,
clínicas e laboratórios particulares do Piauí. O motivo é
o atraso nos pagamentos do
Plamta e Iapep Saúde, ligados
ao Governo do Estado. A dívida é referente aos meses de
setembro, outubro, novembro
e dezembro de 2016.
Já os segurados do IPMT,
plano de saúde vinculado à
Prefeitura de Teresina, também foram ameaçados de ficar
sem atendimento, já que a administração municipal acumula uma dívida correspondente
aos últimos meses de agosto,
setembro, outubro, novembro
e dezembro. Contudo, apenas
um dos hospitais da rede credenciada deixou de atender
os segurados do IPMT. As demais unidades credenciadas
continuam atendendo estes
servidores. A estimativa é que
cerca de 200 mil pessoas devem ficar sem atendimentos
eletivos, como consultas e exames, enquanto o impasse com
os planos de saúde não for solucionado.
De acordo com o Sindicato
dos Hospitais do Piauí (Sindhospi), somados, os valores
devidos pelos dois planos de
saúde ultrapassam os R$ 15
milhões. E este atraso causa um
desequilíbrio fnanceiro na gestão das empresas, o que pode
resultar em demissões, além do
comprometimento da qualidade dos serviços prestados.
“Nos últimos meses, estamos financiando o atendimento a esses dois planos por
conta do atraso nos repasses.
Por conta dessa situação, é
melhor não atender e não ter
o gasto, do que atender e não
receber o repasse”, pontua
Jeferson Campelo, presidente do Sindhospi, que garante
que o atendimento segue suspenso por tempo indeterminado.
Além do pagamento dos repasses atrasados, os hospitais
também querem que os valores da tabela de atendimento
sejam readequados. “Os hospitais passam por uma situação
difícil, além do atraso, a tabela
dos atendimentos é impraticável, extremamente baixa em
relação aos outros centros urbanos”, avalia Jefferson Campelo.
Transtornos
Francisco Araújo é um dos
servidores que sentiu o impacto da suspensão do serviço. De
férias, ele pretendia aproveitar
o mês de janeiro para realizar
consultas médicas, mas, ao
tentar marcar, foi informado
que o atendimento através do
Plamta está suspenso.
“Tentei marcar umas consultas, mas não consegui por
conta desse problema. Liguei
para duas clínicas e fui informado que não há previsão de
quando os atendimentos vão
ser normalizados”, relata o
funcionário público estadual,
que decidiu esperar a solução
do impasse. “Não tenho condições de pagar em dinheiro.
Como é apenas uma consulta
de rotina, vou esperar”, completa.
IPMT e Plamta se mobilizam para regularizar débitos
Procurada pela reportagem,
a Prefeitura de Teresina informou que o IPMT está pagando,
de forma imediata, o débito do
IPMT Saúde referente ao mês
de setembro. O pagamento referente ao mês de outubro deve
ser efetuado até o fnal do mês.
Já o pagamento referente ao mês
de novembro deve ser realizado
de forma programada. Ainda de
acordo com a Prefeitura, o período para pagamento dos valores referentes ao mês de dezembro ainda não encerrou.
A Prefeitura de Teresina afirmou também que o contrato
do IPMT com os hospitais e
clínicas credenciados prevê
que para suspenderem os atendimentos, eles devem informar
ao IPMT com um prazo de 30
dias. O que, segundo a Prefeitura, não aconteceu.
Já o Iaspi, órgão responsável pela gestão dos planos de
saúde do Governo do Estado,
informou que já definiu um calendário para a realização dos
pagamentos, que devem ser
iniciados a partir do próximo
dia 25 de janeiro, quando o sistema de contas do Estado abre.
A perspectiva anunciada é que,
no dia 20 de fevereiro, seja realizado o pagamento da fatura
do mês de novembro e, no mês
de março, aconteça o pagamento da fatura referente ao mês de
dezembro.
Ainda de acordo com o Iaspi,
o pagamento referente ao mês
de outubro de 2016 não ocorreu dentro do prazo previsto de
60 dias por problemas administrativos. Os valores destinados
à quitação da dívida já estão assegurados, aguardando apenas
a abertura do sistema de contas
do Estado para que o pagamento seja realizado.
Edição: Adriana MagalhãesPor: Natanael Souza