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Trump perde controle com assessores: "˜Nunca o vi tão zangado"™

Presidente foi visto gritando com altos funcionários e viajou sem companhia deles.

07/03/2017 08:43

Irritado por vazamentos recentes à imprensa e pelos últimos desdobramentos e polêmicas envolvendo seu Gabinete — o último com o procurador-geral, Jeff Sessions — o presidente Donald Trump começou o fim de semana com um ataque de raiva. Furioso com o impacto negativo das reuniões de Sessions com o embaixador russo nos EUA, ele explodiu com seus principais funcionários na Casa Branca — o que tentaram em vão esconder da imprensa — e no sábado, já em sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida, começou a tuitar furiosamente às 6h26m.

O “Washington Post” — que afirmou ter ouvido 17 funcionários da Casa Branca, vários deles anonimamente — contou que um dos entrevistados descreveu Trump como “possesso, furiosamente louco”. O presidente teria dito ainda, segundo outra fonte próxima, que pessoalmente sentia-se decepcionado por sua equipe sênior não ter sido capaz de lidar com o caso.

— Ele não sabia que o procurador-geral iria se afastar (da investigação sobre as relações entre sua campanha e a Rússia) e nunca achou que deveria fazê-lo. Em sessão raivosa no Salão Oval, descarregou tudo em seus assessores — contou um alto funcionário ao “New York Times”.

Só Ivanka e Kushner acompanharam

Na sexta-feira, Trump partiu para Mar-a-Lago levando de seu círculo íntimo apenas a filha Ivanka e o genro Jared Kushner, assessor sênior da Casa Branca. Seus dois principais assessores, o chefe de Gabinete, Reince Priebus, e seu estrategista-chefe, Steve Bannon — que deveriam ter viajado com Trump — foram instruídos a ficar. O secretário de Imprensa, Sean Spicer, convidado de honra no jantar anual da liga de futebol americano, no sábado, teve que passar a maior parte da noite com a cabeça colada ao telefone.

— Trump estava realmente chateado — disse Christopher Ruddy, executivo-chefe da Newsmax, uma empresa de mídia conservadora, que o encontrou no sábado para uma partida de golfe e depois para o jantar. — Nunca o tinha visto tão zangado.

E os funcionários que ficaram na capital americana acordaram na manhã de sábado com o toque de seus celulares: após dias de mensagens mais disciplinadas nas redes sociais, o presidente estava tuitando furiosamente — logo após o amanhecer — acusando o ex-presidente Barack Obama de ter ordenado que a Trump Tower fosse grampeada, novamente uma acusação sem nenhuma evidência.

O clima na Casa Branca na noite de terça-feira, após seu primeiro pronunciamento numa sessão conjunta no Congresso, era completamente diferente. Trump havia voltado do Capitólio pouco antes da meia-noite, após um discurso convencional, na forma e no conteúdo, que havia causado surpresa — e finalmente uma boa impressão naquele turbulento primeiro mês de mandato.

Semana começara calma

Finalmente, os membros do Gabinete pensaram, tinham tomado as rédeas da situação. O presidente já havia deixado de lado as explosões no Twitter — uma pequena vitória para uma equipe muitas vezes incapaz de controlá-lo.

A alegria chegou a um fim súbito na noite de quarta-feira, quando os encontros de Sessions com o embaixador russo vieram à tona.


Fonte: O Globo
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