Sobreviventes do ataque terrorista que matou 39 pessoas na Tunísia começam a voltar para casa depois de um dia de terror. Nesse sábado (27), foram divulgadas novas imagens do atirador.

As fotos mostram o jovem de 23 anos, caminhando tranquilo, com o rifle na mão. Ele havia passado meia hora disparando contra turistas. O ataque começou na praia e continuou dentro de um hotel.

“Era o paraíso. O mar lindo, tudo estava bem, quando de repente ouvimos um ‘pá, pá, pá, pá’. Pensamos que eram fogos de artifício, que estavam ensaiando alguma coisa. Então, de repente, todo mundo se levantou e começou a correr muito rápido. Gritavam ‘corram, corram, corram’”, conta uma turista alemã.

As imagens da rede britânica Sky News mostram as vítimas cobertas com toalhas. A maioria era britânica. O atirador foi perseguido pela polícia e acabou morto.

O atentado é um golpe à imagem, à economia e à esperança do país que, há quatro anos, iniciou a Primavera Árabe, a onda de protestos por democracia.

O turismo é uma das principais fontes de renda da Tunísia, quase 15% do PIB.

“A Tunísia não é assim. Os tunisianos são gentis e cordiais. Odeiam a violência, nós odiamos a violência. Não gostamos disso”, diz um médico.

Nada ameniza o trauma. Os turistas deixam a Tunísia em massa desde sexta-feira (26), em aviões fretados.

De volta à Inglaterra, muitos continuam em choque. A jovem Ellie Makins viu o momento em que o jovem tirou o rifle de dentro de um guarda-sol.

“Foi inacreditável ver as pessoas sendo atingidas tão perto de você e perceber que se o atirador tivesse virado para a esquerda e não para a direita, nós poderíamos ter sido as vítimas”, conta.

O caminho que aparece no vídeo foi usado por uma família britânica para fugir dos tiros. Com graves queimaduras nos pés, elas lembram do desespero.

“Havia centenas de pessoas correndo e empurrando. Foi assustador. Você não sabe se vai dar de cara com o tiroteio ou se ele vai surgir e atirar pelas suas costas. Nunca tive tanto medo na minha vida”, diz a sobrevivente.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou os atentados selvagens. “Esses terroristas matam porque são contra pessoas e países que defendem a paz, a tolerância, a democracia em qualquer lugar do mundo. Mas os terroristas vão fracassar. Por mais que tentem nos dividir, só vão conseguir nos unir ainda mais na determinação de derrotar os extremistas islâmicos e tudo que defendem”, afirmou o premiê.

Este foi o pior atentado contra britânicos em uma década, desde as explosões de 2005 em Londres. Só que naquela época as ações eram coordenadas. Hoje, o mundo vive uma ameaça diferente: radicais que decidem expressar lealdade aos grupos terroristas agindo sozinhos. São atentados cada vez mais imprevisíveis, mais difíceis de combater.

Fonte: Globo News