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Mulheres fazem protesto e greve contra feminicídio na Argentina

O estopim do protesto foi Lucia Perez, de 16 anos. Ela foi violentamente estuprada, torturada e morta na cidade balneária de Mar del Plata.

20/10/2016 10:11

A Argentina amanheceu de luto nessa quarta-feira (19).  Convocadas pelas redes sociais, milhares de mulheres vestiram roupas pretas e, durante uma hora (das 13h às 14h), pararam suas atividades em uma greve simbólica contra o feminicidio, a violência de gênero e a discriminação contra a mulher no trabalho. 

(Foto: #Nosotrasparamos)

No final da tarde, uma multidão reuniu-se em frente ao Obelisco – cartão-postal de Buenos Aires – e marcharam com guarda-chuvas ate a Praça de Maio, em frente ao palácio presidencial.  A manifestação, convocada pelas redes sociais, é a terceira contra o femenicidio feita na Argentina. Dessa vez, as mulheres também fizeram greve e marcharam pela igualdade de direitos no mercado de trabalho.

“Fiquei sabendo da marcha pelo Facebook, mas me senti identificada porque tenho uma irmã que é vítima de abuso do marido”, disse Graciela Gonzalez. “Ela apanhou várias vezes e prestou depoimento na polícia. Se separou, mas continua ameaçada pelo ex-marido, sem qualquer proteção”.

Universidade de preto

Na universidade publica Três de Febrero, as funcionárias vieram de preto. Às 13h, todas baixaram os braços. Foram até a calcada e fizeram barulho, batendo colheres contra xícaras. Em outros pontos da capital argentina, mulheres foram ao trabalho com tambores e improvisaram batucadas de protesto nas calcadas molhadas.

“Queremos que a Justiça assuma as suas responsabilidades e garanta a segurança das vítimas de violência de gênero”, disse Carla Paredes. “Não aceitamos mais mortes, por isso nosso slogan é 'nenhuma a menos'”.

(Foto: Facción Uruguay)

Vítima

O estopim do protesto foi Lucia Perez, de 16 anos. Ela foi violentamente estuprada, torturada e morta na cidade balneária de Mar del Plata. Os assassinos lavaram, vestiram e levaram a vítima a uma clínica de reabilitação, na esperança de que a morte dela fosse atribuída ao excesso de drogas.

(Foto: #NosotrasParamos)

Mariana Estevez, de 38 anos, foi ao Obelisco para contar, pela primeira vez em público, que apanhava do marido. “Dei queixa na delegacia uma vez, mas ninguém me levou a sério porque não tinha marcas sérias no corpo”, disse.  “A cada trinta horas uma mulher é morta na Argentina porque a sociedade prefere fazer de conta que o machismo acabou e ninguém dá ouvidos a quem diz o contrário”.

Fonte: Agência Brasil
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